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Não há dúvida que o ano de 2025 será um ano dominado pela palavra do discurso político e campanhas eleitorais. É um estranho mundo este das palavras, porque afinal quem lhe confere credibilidade, talvez não seja nem a mensagem, nem o mensageiro? Talvez até, nem o que se diz, como se diz ou quando se diz? A credibilidade vai-lhe ser dada por quem as ouve e acredita que elas cumprem aquilo que prometem! O Pessoa no seu Presságio tinha razão: Quem quer dizer o que sente/ Não sabe o que há de dizer/ Fala: parece que mente…/ Cala: parece esquecer!
É extraordinário o Espaço das Palavras no cérebro humano! É uma outra natureza a que chamam linguagem. O Homem fala de muitas maneiras, com a boca, mãos, coração, mas isso nem sempre significa pensamento. É um instinto, uma capacidade inata e aprendemos a falar como o pássaro aprende a voar. Criança e adulto só falam se tiverem com quem falar! Falam para exprimir emoções, pensamentos, pedidos, ideias, argumentos ou contar histórias. Karl Popper dizia que o Homem fala para convencer o outro, para o fazer mudar de opinião, obter a sua concordância ou para o manipular. A ciência diz que numa vida de 70 anos saem da nossa boca uma média de 184 800 000 de palavras. Palavras que podem dizer muito, mas valer pouco, porque o que vai contar é a excitação, altura da voz, timbre, medo e a linguagem facial. A palavra é inseparável do rosto da pessoa de onde sai.
A capacidade de linguagem deve ser procurada no cérebro esquerdo, mas pode rezar-se a Deus com o cérebro direito e com o esquerdo aniquilar o adversário! Isto porque são os sentidos que conferem significado ás palavras. Se procuramos a verdade, então vamos encontrá-la no sentir, nas emoções que vem de dentro e não no ego que vem de fora. O crédito e a credibilidade significam que eu confio ou acredito! Também não podemos confundir o falar com o emitir palavras que dirigimos aos outros. Falar é convidar o outro a entrar no nosso mundo. É uma força emocional que estendemos aos outros para chegarmos á confiança.
Onde é que reside o problema de tanta palavra que vamos ouvir em 2025 nas campanhas eleitorais? É que os agentes políticos encarregados de nos falar vão dizer a mesma coisa a todos nós, as mesmas palavras e depois cada um de nós ouvirá uma coisa diferente. Eles usarão os centros cognitivos dos seus cérebros para processarem palavras, conceitos, análises, ideologias, avisos. Nós que vamos ouvir, usaremos o centro emocional para processar intenções, juízos e isso é diferente em cada um de nós! E porquê? Porque eles usam palavras e nós avaliamos a mudança do tom de voz, gestos, olhares, expressões faciais, a linguagem do corpo todo. Mas qual é a eficácia de um e do outro? O sistema da nossa linguagem não verbal é 80 000 vezes mais rápido. Ele conclui quase em instantâneo sobre a credibilidade e honestidade das palavras emitidas pela linguagem não verbal. Então se esse primeiro juízo não merecer credibilidade, já nem ouviremos as palavras que se seguem e a confiança perde-se. Numa relação de valor, apenas 7% da credibilidade/confiança depende das palavras e 93% de toda a linguagem não verbal.
Claro que há sempre a possibilidade de se tentar dar a volta aos eleitores e muitos políticos fazem uns cursos rápidos de aprendizagem da linguagem não verbal e escuta ativa. Melhora um pouco, mas não é eficaz e só eles ficam convencidos. Se experimentarem retirar o som a um discurso político televisivo e olharem bem as expressões do rosto poderão confirmar o que digo. Nas Eleições Autárquicas, a proximidade e a ideia feita sobre os candidatos podem reduzir esta discrepância e o voto partidário/cego sobrepor-se a todas as dúvidas.
Nas Eleições Presidenciais, a confirmarem-se os perfis dos candidatos assistiremos a algumas novidades nas palavras, nas emoções e na flutuação do voto partidário. O debate será mais importante e útil, se nos fizer perceber a diferença entre aqueles que vem apoiados pelos partidos e os que emergem da sociedade civil. Perceber os benefícios e os malefícios de cada um destes casos. Isto porque a Liderança de um Presidente da República no nosso regime deveria reforçar-se no Poder de Influência que é o Poder Maior! Saber até que ponto os apoios partidários auto limitam ou não os candidatos no futuro? O verdadeiro Poder de Influência tem que se centrar nos problemas e soluções para o país e não nas lutas partidárias como acontece hoje. Nas lideranças partidárias, precisamos de gente que sirva o país, seja a fazer, seja na oposição a mostrar como fazer melhor e diferente, porque liderar é sempre servir! Há um erro profundo na maioria dos governos e que contraria até a Natureza Humana! É que o Homem tem mais capacidade em fazer do que em saber dizer como se vai fazer! Nós estamos a inverter a natureza das coisas, sempre dizendo e pouco fazendo! É aqui que o Poder de Influência de um Presidente se deve centrar, no motivar contínuo do fazer, mais que comentar. Deve ser esse o seu Propósito!
Suspeito que o ano de 2025, para nosso benefício, possa ser um ano onde as palavras devam ser olhadas mais nos rostos e gestos dos agentes políticos do que ouvidas no nosso sistema auditivo. A credibilidade e confiança precisam de um eco interior (intuição)! Não é razoável que 81% dos inquiridos (Pordata) não confie nos partidos e na prática eles sejam o suporte de toda a nossa democracia…Das Autarquias á Presidência da República!
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Pedro Baila Antunes