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“2025 será o ano de recomeço num museu que foi todo revisto”

Odete Paiva foi recentemente nomeada para dirigir o Museu Grão Vasco e continuar assim à frente do espaço cultural que no último ano foi alvo de várias obras de requalificação. Agora, numa espécie de "ano um", o objetivo é retomar a atividade em pleno, nomeadamente as exposições temporárias, e dar espaço a novos projetos. Em entrevista ao Jornal do Centro, Odete Paiva falou ainda das mudanças na gestão cultural do país, a medida que permite entradas gratuitas nos museus, ou da quebra de visitantes no último ano, números que quer reverter

Micaela Costa
 “2025 será o ano de recomeço num museu que foi todo revisto”
01.02.25
fotografia: Alexandra Pessoa
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 “2025 será o ano de recomeço num museu que foi todo revisto”
01.02.25
Fotografia: Alexandra Pessoa
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 “2025 será o ano de recomeço num museu que foi todo revisto”

Como é que recebeu esta nomeação?

Foi com muita satisfação. Este foi um concurso ao qual me candidatei e foi um ato consciente de quem queria permanecer no cargo, porque tenho trabalho para desenvolver que ainda não foi finalizado e que também decorria do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Este processo do PRR está concluído a 90 por cento, mas ainda temos trabalho para fazer e, sobretudo, arrumar a casa depois de um processo de obras. Tinha uma grande vontade de concluir o processo que iniciei e de perspetivar o museu para um outro rumo, diferente do que tomámos ao longo destes dois anos.

Que rumo é que quer dar ao museu?

Tem por base um conjunto de pressupostos com os quais me candidatei e que fizeram com que eu ganhasse essa candidatura e, portanto, há algumas linhas de trabalho que são muito claras. Uma delas tem a ver com a reposição da exposição permanente e com a renovação dessa mesma exposição. Neste momento, os visitantes acharão que está tudo pronto, mas nós achamos que há detalhes e são esses detalhes que vamos concluir. Depois há um caminho que foi interrompido pela pandemia, porque era um trabalho com públicos bastante sensíveis e vulneráveis, como crianças e idosos, e que depois da pandemia tiveram alguma dificuldade em voltar de imediato ao museu e que com as obras também não era muito seguro. E, portanto, será esse também o nosso caminho, na democratização do acesso à cultura e no desenvolvimento de um conjunto de políticas de inclusão, que começarão com a próxima exposição temporária, que espero poder inaugurar até ao final de fevereiro, e que tem um foco muito específico na questão da inclusão e em podermos atrair públicos que os museus e as instituições culturais não trabalham de forma direcionada. Há um grande enfoque nas exposições temporárias… As exposições é uma das nossas atividades que queremos retomar, temos um calendário para cumprir neste ano de 2025, que já estava previamente definido e no qual temos estado a trabalhar. Este ano temos previstas duas exposições de um âmbito diferente do que é a nossa exposição permanente, que é sobretudo a arte antiga até ao início do século XX, mas vamos ter arte contemporânea. Artistas que nos permitam trazer para a cidade outro foco da arte e que traga a comunidade local ao museu que numa outra altura não estarão disponíveis.

Que outras atividades estão previstas?

Temos uma investigação que foi produzida durante este período e que vai ser apresentada brevemente. Há dois catálogos de coleções de museu, a parte da investigação foi feita e os catálogos já estão produzidos e serão apresentados brevemente. E, claro, queremos continuar as parcerias que sempre tivemos com um conjunto vasto de instituições da cidade e que nos permitem ter no museu atividades de cinema, teatro, música… Parcerias que são muito importantes para a nossa atividade e, também, na captação de novos públicos que de outra forma não viriam ao museu, mas que depois acabam por voltar com amigos, família e isso é muito importante para nós.

As obras já terminaram?

Sim, do ponto de vista da estrutura está concluída. Durante este ano teremos algumas obras, mas que os visitantes não vão perceber que existem, como aplicação da rede wi-fi, a digitalização de obras, visitas virtuais para disponibilizar no site. Tudo coisas que ainda estão ao abrigo do PRR, mas que não têm impacto nos visitantes.

Este ano de 2025 é uma espécie de “ano 1”?

Quando cheguei tinha um plano que comecei a executar em 2019, mas quando passámos para 2020 veio a pandemia, em 2023 estivemos a fazer os projetos para intervenção do PRR, com levantamento de necessidades, e em 2024 tivemos a executar o PRR. Portanto, penso que este será o ano de recomeço num museu que foi todo revisto.

Qual foi o número de visitantes do museu em 2024?

Tivemos 40 mil visitantes. Comparativamente a anos anteriores, sobretudo pré-pandemia, o ano passado foi completamente atípico. Primeiro porque estivemos fechados durante um período, cerca de um mês por causa das obras, e, por outro lado, estivemos com os pisos a funcionar alternadamente. A nossa comunicação baixou bastante, praticamente não existiu, porque só queríamos ter a porta aberta para quem nos procurasse, não tentámos procurar públicos porque não tínhamos capacidade de resposta. O mesmo se aplica às exposições temporárias, esse espaço estava ocupado, a servir de armazém para a obra, e o facto de não termos essas exposições implicou que tivéssemos menos visitantes, sobretudo da comunidade que é essencialmente o público que vem para as temporárias. E também deixámos de ter as nossas atividades e de acolher grupos durante alguns períodos. 

Em 2023 foram 45 mil e em 2019 foram 60 mil. O objetivo é voltar a esses números?

A nossa meta são os 60 mil visitantes e este ano é um ano desafiante, sobretudo por causadisso. Mas o grande objetivo não é chegar a esses números, o grande objetivo é sermos suficientemente atrativos para que as pessoas nos queiram visitar. 

A medida das entradas gratuitas é uma boa ajuda nessa recuperação?

Cada residente em território nacional tem direito a 52 dias de entradas gratuitas, o que significa que no mesmo dia pode visitar vários museus nacionais. Isto é uma boa ajuda e a partir deste momento não há desculpa para não visitarem. Antes desta medida, por vezes verificávamos que quando vinha uma família parte dela não entrava no museu, entravam os mais novos, acompanhados por um adulto, mas os restantes ficavam fora. No ano passado já notámos uma diferença e já víamos toda a gente no interior do museu.

Como é que vê a reorganização da cultura, com a criação da empresa Museus e Monumentos de Portugal?

Esta nova organização permite, por um lado, que seja mais fácil a gestão do património. E essa facilidade vem, sobretudo, da forma como esta empresa pode fazer a ponte entre a instituição, que é o Ministério da Cultura, e os museus que a integram. Há aqui como que uma mediação e é um pouco mais leve do que acontecia, sem que isso faça perder a qualidade, o controlo e o exercício da responsabilidade sobre a preservação do nosso património.

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