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Na madrugada do dia 25 de abril de 1974, Portugal acordava diferente. Os códigos, transmitidos pela rádio através das célebres canções de Paulo de Carvalho e Zeca Afonso, foram a chave-mestra de uma operação militar, escrupulosamente estruturada, que derrubou o regime do Estado Novo, até então em vigor.
Cravos pelo ar e os ecos da liberdade a soar pelas ruas, de um povo oprimido que via agora nascer uma nova alvorada. Imagens inesquecíveis de uma conquista que urge preservar, rostos familiares de heróis que a História perpetuou. É o caso dos nossos Capitães de Abril – Amândio Augusto, António Amaral, Aprígio Ramalho, Arnaldo Costeira e Diamantino Silva – e todos os militares do Regimento de Infantaria nº14 que, corajosamente, foram centrais nesta operação. Nos 50 anos da Revolução dos Cravos, duas palavras fortes ecoam: liberdade e democracia. Foram e continuam a ser grandes conquistas para Portugal, as quais devemos preservar e defender, agora mais do que nunca. Só faremos justiça àquele dia e àquele movimento se cumprirmos com os valores que nos foram confiados.
O fim do antigo regime abriu portas à implementação do poder local, aquilo que considero ser outra das maiores conquistas do 25 de Abril. Os territórios foram dotados de autonomia administrativa e investimento, podendo assim definir ações e políticas governativas com vista a dar resposta aos interesses coletivos da comunidade.
O poder local foi, efetivamente, decisivo. Permitiu estabelecer uma governação mais próxima, mas também cooperativa entre os vários municípios. Estou certo que, na ausência deste, seríamos hoje um país muito mais assimétrico e menos desenvolvido.
As autarquias souberam exercer o seu papel, inclusive no aproveitamento e execução dos fundos comunitários em prol do desenvolvimento territorial. Souberam olhar para lá dos limites da urbe e mergulhar no território profundo, frágil e com dificuldades, acabado de sair de uma ditadura e carente de infraestruturas e meios sociais. Souberam construir, passo a passo, territórios estruturados, com identidade.
O 25 de Abril ofereceu-nos a tão desejada liberdade, mas depositou em todos nós, autarcas, políticos e cidadãos, a enorme responsabilidade de defender, de forma acérrima, os valores conquistados. Lembremo-nos, todos os dias, que hoje vivemos em democracia e só a democracia nos permite construir, em conjunto, uma sociedade justa e livre.
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Jorge Marques
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Vitor Santos
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José Carreira
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Alfredo Simões
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Eugénia Costa e Jenny Santos