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Cinco anos após o início da pandemia da Covid-19, o mercado de arrendamento em Portugal passou por uma transformação profunda e Viseu não ficou de fora desta mudança.
Em todo o país, o número de casas disponíveis para arrendar cresceu 72% entre o primeiro trimestre de 2020 e o mesmo período de 2025, atingindo um recorde de 38.184 imóveis. Em Viseu, o aumento foi ainda mais expressivo: o stock mais do que triplicou, com uma subida de 202%. No entanto, a procura também disparou — 105% na cidade — revelando um desequilíbrio persistente entre oferta e procura, que tem impulsionado o aumento das rendas.
Segundo os dados do idealista/data, as rendas em Portugal subiram 43% desde o início da pandemia, fixando-se nos 16,6 euros por metro quadrado no final de março de 2025. Vários fatores contribuíram para esta escalada, desde a maior pressão da imigração até à escassez de construção nova para arrendamento de longa duração.
O período pandémico ficou ainda marcado por múltiplas intervenções do Estado. Em 2020, em plena crise sanitária, o Governo de António Costa travou despejos e suspendeu prazos contratuais. Já em 2023, foram introduzidas medidas mais polémicas, como o arrendamento coercivo de casas devolutas, incluídas no programa Mais Habitação. Com a chegada do novo Governo, liderado por Luís Montenegro, muitas dessas políticas foram revertidas em 2024, incluindo o congelamento de rendas. Ainda assim, a descida da taxa sobre rendas habitacionais de 28% para 25% foi mantida.
Apesar da instabilidade legislativa, os proprietários parecem agora mais confiantes em colocar os seus imóveis no mercado. O arrendamento de longa duração — contratos com duração de pelo menos um ano — está a crescer, sugerindo um ligeiro mas importante restabelecimento de confiança no setor.
As grandes cidades portuguesas acompanharam esta tendência. Viseu, a par de Bragança, Vila Real, Beja, Porto e Viana do Castelo, viu o seu mercado de arrendamento expandir-se consideravelmente. No entanto, nem tudo são boas notícias: apesar da subida do stock, o aumento da procura mantém a pressão sobre os preços, dificultando o acesso à habitação sobretudo para os mais jovens e famílias com rendimentos médios.
Olhando para o futuro, a lição parece clara: enquanto não se promover de forma eficaz o aumento da oferta — com incentivos à construção, à reabilitação e à colocação de imóveis no mercado de arrendamento —, as rendas continuarão em trajetória ascendente. Viseu tem dado sinais de dinamismo, mas a resposta à crise da habitação continua a exigir soluções estruturais e visão a longo prazo.