20250421_FUNDO EMERGÊNCIA SOCIAL 2
centro interpretativo forles
bombeiros cabanas de viriato
janela casa edifício fundo ambiental
Estate agent with potential buyers in front of residential house
casa-habitacao-chave-na-mao - 1024x1024

A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…

21.04.25

Neste vídeo, viajamos até Castro Daire para conhecer um dos tesouros mais…

18.04.25

Nesta Páscoa, há tradições que se destacam e os ovos de pano…

16.04.25
rui dionisio armamar
Catarina Meneses
joão azevedo lordosa viseu a24
Home » Notícias » Colunistas » Viseu, cidade inovadora em ascensão, pois então!

Viseu, cidade inovadora em ascensão, pois então!

 Viseu, cidade inovadora em ascensão, pois então! - Jornal do Centro
21.04.25
partilhar
 Viseu, cidade inovadora em ascensão, pois então! - Jornal do Centro

por
Alfredo Simões

No final do passado mês de março, em Braga, foi lançada a 10ª edição dos prémios europeus iCapital, em duas categorias: Capital Europeia da Inovação (cidades com mais de 250 mil habitantes) e Cidade Inovadora em Ascensão (cidades com 50 a 250 mil habitantes). Refira-se que na edição anterior, a cidade de Braga foi a vencedora desta segunda categoria e Aveiro e Cascais também já tinham ficado no pódio. Lisboa, por sua vez, venceu na 1ª categoria, em 2023. Esta iniciativa é da responsabilidade do European Innovation Council (União Europeia).

Ao ler esta noticia nos jornais fiquei com curiosidade de consultar – e fi-lo – o regulamento deste Prémio. Uma vez mais, e à semelhança do que já escrevi no principio de 2023 (‘“Megalomanias” para 2023’), concluo que Viseu teria a ganhar se se organizasse em torno dos objetivos, das estratégias e dos programas de ação que estão subjacentes a candidaturas deste género. Na altura referi-me a possíveis candidaturas a Património da UNESCO e a Capital Europeia da Cultura. Nesse artigo no ‘JC’, escrevi o seguinte: “A apresentação destas candidaturas tem a vantagem de nos obrigar a fundamentar de forma exaustiva as nossas opiniões pela simples razão de que sabemos que nos estamos a confrontar com outras candidaturas que almejam atingir o mesmo objetivo: o reconhecimento internacional do que é nosso e das nossas capacidades. Naturalmente, não gostamos de ficar para atrás. Mas, na verdade, a candidatura acaba por se traduzir, em primeiro lugar, num confronto com nós mesmos com o objetivo de nos superarmos. Por isso é que os processos de candidatura implicam sempre trabalhos de pesquisa profunda focados no elemento central dessa candidatura; sugerem a criação de equipas multidisciplinares que nos ajudam a ter uma visão mais plurifacetada da realidade; estimulam-nos a mobilizar a participação daqueles que de mais perto convivem com esses elementos a candidatar (…)”. E acrescentava: “No fundo, vamos querer saber como teremos de nos ir transformando para sermos capazes de subir de patamar nas nossas ofertas culturais e de lazer ou de serviços de acolhimento dos visitantes, seja pela criação de novas atividades económicas e emprego, seja pelo usufruto de crescentes bens culturais que somos capazes de disponibilizar(…)”. E para terminar: “Estas candidaturas, enquanto processo, obrigam-nos a ser mais exigentes nos nossos objetivos, nos procedimentos de planeamento, mas toda esta exigência, mesmo que não atinja o objetivo imediato de ganhar o concurso, criou condições para trabalharmos melhor nas parcerias que fomos construindo, melhorou o conhecimento sobre as realidades do nosso quotidiano, eventualmente deixou marcas nas obras físicas, nos melhoramentos que foi necessário fazer, deixou um maior vínculo entre as instituições locais e as populações. Provavelmente tornamo-nos mais exigentes, enquanto comunidade. Isto é sempre um ganho”.

Nesta candidatura para “cidades inovadoras em ascensão”, são tidos em conta 5 critérios cumulativos, citados do referido regulamento (tradução minha), e de que a cidade candidata deve fazer prova:

1. Experimentar – conceitos, processos, ferramentas e modelos de governação inovadores que comprovem o empenho da cidade em atuar como campo de ensaio para práticas inovadoras, garantindo ao mesmo tempo a integração dessas práticas no processo comum de desenvolvimento urbano (…).

2. Escalar o conceito – promover a aceleração dos diferentes atores do ecossistema de inovação local, apoiando o crescimento de start-ups e PME altamente inovadoras, estabelecendo um quadro jurídico favorável à inovação, criando um ambiente que estimule o crescimento e atraia investimento privado e público, recursos, diversidade e talento; e impulsionar a procura de inovação através de compras públicas eficientes de inovação (…).

3. Construir ecossistemas – libertar o potencial das cidades como facilitadoras de ecossistemas de inovação local, promovendo sinergias entre diferentes participantes do ecossistema de inovação, desde o público, a indústria, start-ups, sociedade civil, cidadãos até à academia, para contribuir para o desenvolvimento de um ecossistema de inovação dentro da cidade.

4. Disseminar – servir de modelo para outras cidades, apoiando a disseminação e replicação de soluções testadas que impulsionem o ecossistema de inovação local; promovendo a aprendizagem mútua, a transferência de conhecimentos (…).

5. Ter visão inovadora da cidade – as candidatas devem demonstrar a sua visão/plano estratégico a longo prazo, destacando as iniciativas inovadoras que contribuíram positivamente para a transformação da cidade e que apoiarão ainda mais o desenvolvimento de um ecossistema de inovação sustentável e resiliente, garantindo a transição verde e digital (…).

6. Direitos dos cidadãos – a utilização da inovação para fortalecer a democracia, proteger os direitos dos cidadãos, promover a coesão social e garantir a integração com uma visão especial sobre as minorias, o género, a deficiência ou a raça (…)

Pode dizer-se que são 5 critérios orientadores que, só por si, independentemente dos resultados duma candidatura, ajudam-nos a definir o caminho que queremos seguir e os resultados que queremos alcançar, solidariamente, enquanto comunidade. É isto, afinal, o que a União Europeia espera das suas cidades, independentemente de serem candidatas ao Prémio iCapital.

(NOTA: European Innovation Council (EIC) – Work Programme 2025. Decisão da Comissão Europeia C(2024)7451 de 29 de outubro de 2024)

 Viseu, cidade inovadora em ascensão, pois então! - Jornal do Centro

Jornal do Centro

pub
 Viseu, cidade inovadora em ascensão, pois então! - Jornal do Centro

Colunistas

Procurar