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Rugbol ou… o regresso à barbárie

 Rugbol ou… o regresso à barbárie
30.03.21
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Todos temos uma ideia de que, com mais uma ou outra nuance, a história se vai repetindo. A antropologia mostra-nos que a génese do desporto está na caça e nas consequentes lutas para dominar e liquidar os bichos e outros homens que perseguissem os mesmos bichos. De alguma forma, o percurso da história parece estar a completar uma circunferência e a voltar ao ponto de partida.
Numa época em que proliferam (e bem) organizações de defesa dos animais, é curioso verificar um aparente desinteresse em relação ao crescimento, publicitado, de atividades estimuladoras da violência entre homens. Dos videojogos para crianças com poucos anos de idade, com lutas, mortes e destruições, às “artes marciais mistas” ou MMA (um nome mais pomposo que substituiu o anterior “Vale Tudo”) praticadas dentro de uma jaula muitas vezes com o piso conspurcado pelo sangue dos “atletas” (atletas?!!!!), tudo parece passear de braço dado com a indiferença.
Vem esta crónica a propósito de uma notícia que dá conta de uma nova (parece que já não é nova por outras bandas) modalidade desportiva(?!!!) praticada na Rússia e em mais dois ou três países com organização sociopolítica discutível. Chama-se Rugbol e parece que é uma mistura de rugby com basquetebol. É uma espécie de jogo de basquetebol, porque o objetivo do jogo é “encestar”, mas vale tudo para impedir esse desiderato. Mesmo tudo. Um dos praticantes dizia que os lutadores se adaptam melhor a este jogo do que os basquetebolistas. Está tudo dito. Não tarda teremos este interessante(!!!) jogo no meio de nós.
Mas voltemos ao essencial. Onde estão os defensores dos animais racionais, apesar de apetecer dizer que quem pratica determinadas atividades, ditas desportivas, têm muito pouco de racional? Não há muito tempo, morreu um jovem português dentro de uma destas jaulas de MMA. As imagens deveriam ter chocado tudo e todos. Como este jovem lutava com outro indivíduo não português, chegou a dizer-se que morreu a representar o país. Só faltou a condecoração, a título póstumo, por parte do presidente Marcelo. Faz-se alguma coisa para PROIBIR (e sei que esta é uma palavra inexistente em democracia) estas atividades? Pois, é um mundo perigoso onde os políticos só “entram” para recrutar guarda-costas.

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