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A polémica instalada no PS por causa das autárquicas em Moimenta da Beira chegou a um novo nível.
O presidente da concelhia local, Alcides Sarmento, decidiu renunciar a todos os cargos políticos que tinha, incluindo também o de presidente da Assembleia Municipal. Uma decisão que já foi comunicada à Mesa da Comissão Política Concelhia e à Assembleia Municipal.
Alcides Sarmento anunciou que tinha sido indicado pela concelhia de Moimenta da Beira como o candidato do PS à Câmara, mas foi depois acusado de se ter autoelegido. A Federação recusou a candidatura e decidiu avançar com um processo disciplinar.
O caso remonta a novembro do ano passado, quando Alcides Sarmento terá alegadamente falsificado a lista dos membros da Comissão Política Concelhia. A situação foi denunciada à Federação. Para substituir Alcides Sarmento, a distrital escolheu Paulo Figueiredo, funcionário da Câmara, e o vereador António Caiado como cabeças de lista.
Agora, em comunicado, Alcides Sarmento desmarca-se do PS e disse estar de consciência tranquila, afirmando que foi escolhido como candidato à Câmara Municipal “por uma esmagadora maioria de 92% dos militantes”.
No texto, defendeu que os estatutos do PS referem que cabia só às concelhias a definição das políticas locais e a designação dos candidatos para as autárquicas. “Respeitando a Lei, as normas e estatutos do PS, defendi o que lá está estabelecido, ou seja, o respeito pela autonomia das estruturas concelhias”, escreveu na nota.
O socialista, que representou o partido durante 24 anos, acusou o presidente da Federação, José Rui Cruz, de querer comandar “à distância” o processo autárquico em Moimenta da Beira “sem nunca ter manifestado qualquer razão política ou eleitoral para preferir acompanhar aqueles que, dependendo exclusiva e oportunisticamente da política, hostilizam e desrespeitam os moimentenses, o PS e a decisão dos seus militantes”.
“Aqueles a que me referi são os mesmos que, à falta de argumentos e projeto políticos, têm permanentemente recorrido ao insulto, à difamação e à calúnia, tudo fazendo para se manterem à tona e conservarem os seus ‘empregos’ mas revelando uma enorme intranquilidade e receio do combate democrático. Eles sabem que os derrotaria nas ideias e nas urnas”, acusa Alcides Sarmento num longo comunicado que publicou na quarta-feira (31 de março), dizendo que nunca foi um “dependente da política”.
“Eu nunca precisei da política para viver e nunca quis viver da política. A política é para mim um exercício de cidadania e de dever cívico”, afirmou. O agora presidente demissionário da concelhia de Moimenta da Beira acrescentou ainda que exige “respeito e dignidade” e que, por isso, chegou o momento de “dizer basta”, adiantando que irá avançar em Tribunal com “um pedido de responsabilização criminal daqueles que tão despudoradamente me quiseram ofender”.
“Contribuí, modestamente, para a afirmação e desenvolvimento do nosso concelho e região, a valorização das nossas gentes, de várias formas e em diversos momentos, construindo e ajudando a construir as melhores propostas possíveis. Não quis nada em troca e nunca aceitei qualquer contrapartida”, acrescentou Alcides Sarmento.
Presidente da Federação diz que foi feito o melhor para o partido
Em resposta, o presidente da Federação de Viseu do PS, José Rui Cruz, não quis comentar as acusações do socialista de Moimenta da Beira. No entanto, o líder da distrital garante que o conteúdo do comunicado vai ser analisado “nos órgãos próprios” e diz que Alcides Sarmento sabe das razões que motivaram a recusa da sua candidatura autárquica.
“O presidente da concelhia tem conhecimento dos motivos. Foi-lhe transmitido pessoalmente, ele conhece-os e não irei referir-me a eles. Os motivos serão apresentados na Comissão Política e nós iremos fazer a avocação do processo e definir o candidato em Moimenta da Beira”, afirmou José Rui Cruz.
O presidente da Federação esclareceu também que nem a Concelhia nem a Distrital decidem definitivamente sobre quem é o candidato do partido e que ambas as estruturas apenas apresentam nomes para a corrida eleitoral.
“Os estatutos dizem que cabe às concelhias designar os candidatos e que cabe à Distrital fazer depois a validação ou não e pode chamar para si o processo, que é isso que estamos a fazer. Se não concordamos, podemos evocar o processo e sermos nós a decidir, mas o candidato só fica fechado e decidido na Comissão Nacional do PS. Nem a Concelhia nem a Distrital decidem qual é o candidato”, explicou.
José Rui Cruz admitiu ainda que já esperava que houvessem divergências. O presidente da Federação defendeu que a estrutura que lidera fez o que entendeu ser o melhor para o partido.
O Jornal do Centro tentou ouvir Alcides Sarmento, que disse nada ter a acrescentar ao que estava no seu comunicado.