No terceiro episódio do programa “Bem-Vindo a”, tivemos o prazer de conversar…
São mais de 100 presépios, de diferentes tamanhos e construídos ao longo…
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Teresa Machado
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Isalita Pereira
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Joaquim Alexandre Rodrigues
Eis-me de novo em Santa Ovaia.
Na segunda-feira almocei em Tondela. À tardinha, subi até Lobão, onde passei a noite e parte do dia seguinte. Ontem acompanhei os meus tios de Santa Ovaia de Baixa ao Pé do Lobo, uma terra perto da fábrica da Naia. Passei o tempo tranquilamente a ler perto de uma plantação de milho, dolente na sua verdura feliz.
Hoje resolvi dar uma sacudidela à ordem desleixada dos meus livros na estante. Depois, à hora da sesta, li os contos do dinamarquês Hans Christian Andersen, com um gatinho enrodilhado nas pernas. E, ainda agora, enquanto escrevo, o vejo enroscado num tapete a uma réstia do sol.
Caiu uma chuva leve, e um céu encoberto vestiu toda a manhã. Mas o azul, um azul magrinho, e o canto das aves apareceram de novo.
No dia 17 fez um ano que parti de Lourenço Marques, de férias ainda.
31 de Julho de 1975
Um dia de trovoada a forrar o ambiente. Os dias passam, insensíveis e rápidos.
Há uma semana que o meu quarto vem-se revestindo de «pósteres» de cantores cabeludos e barbudos – num gesto ingénuo de contestação à antipatia dos meus tios pelos cabelos compridos. Desde elementos dos Beatles, a Roberto Carlos, Jimi Hendrix, etc. toda uma galeria de artistas pop/rock desfilam pelas paredes para escândalo dos meus tios. Apesar desta excentricidade, aproximo-me cada vez mais da música dita clássica.
No campo rega-se o milho, o feijão, redra-se algum resto de vinha, arranca-se a batata e cebola, há toda uma atividade sã e viva. O milho, de altura superior a um homem, balança levemente nos vales, no seu verde elétrico. As vinhas, também de uma verdura onde já há tons de um amarelo-torrado, ostentam cachos redondinhos mas ainda pouco maduros. E é aprazível, ao comprido das largas caminhadas, respirar-se o ar forte dos pinheiros, das tílias, que nos penetra e expande a alma.
Já diversas vezes ajudei nos trabalhos do campo, ora abrindo regos para a rega, ora redrando, com um suor abundante e sujo a encharcar a camisa. E uma certa ideia, já antiga no meu pensamento, vai-se firmando, ganhando raízes: o ter uma quinta, pequena e íntima, onde me entregaria a esse «doce labor» da agricultura, embora trabalhasse na cidade, em Viseu decerto.
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Teresa Machado
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