Miauuu! Chamaram por mim? Sou a Bella, a gatinha mais fofinha, saltitante…
A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
O Natal é um momento de união, onde o amor se torna…
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Jorge Marques
Os trabalhadores do serviços de limpeza que prestam serviços no Centro Hospital Tondela-Viseu estão em greve. Cerca de 20 funcionários concentraram-se esta manhã em frente à unidade hospitalar onde exigem a reposição do valor do subsídio de alimentação e o pagamento dos feriados a 200 por cento, como acontecia em 2020.
Esta é uma luta nacional que arrancou na segunda feira nos Hospitais da Universidade de Coimbra, quarta-feira no Centro Hospitalar de Almada e esta sexta-feira em Viseu.
Segundo Vivalda Silva, coordenadora nacional do STAD – Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Atividades Diversas, a situação destes funcionários alterou-se com a entrada de uma empresa de contratação.
“O Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), que têm parceria com o Estado, e que tinha o contrato de prestação de serviços de limpeza, fez uma subcontratação à Talenter que passou a gerir os recursos humanos nos hospitais. Deste esta situação que as coisas mudaram”, garante Vivalda.
“No ano passado, todas as trabalhadoras recebiam três euros ao dia, quer trabalhassem cinco, seis ou sete horas. Com a entrada da Talenter não só não atualizou o para os 3,50 euros, que era expectável porque é o valor deste ano, como ainda em relação ao ano passado está a pagar menos de subsídio de alimentação. Deixou de pagar ao dia e passou a pagar à hora, 43 cêntimos à hora e reduziu bastante. Estes funcionários trabalham 40 horas, ganham 678 euros e depois ainda vem uma empresa cortar no subsídio de alimentação?”, realça a sindicalista.
Vivalda Silva garante que o que estes trabalhadores exigem é “que seja aplicado o que o SUCH fazia o ano passado pois sempre pagou o subsídio por inteiro” e ainda que sejam pagos os feriados.
“Sempre pagaram o trabalho do feriado a 200 por cento e agora estão a receber a 100 por cento, um valor inferior o que não é justo. Sair de casa para ganhar uma miséria? Isso é trabalho precário. Já para não falar na contratação de pessoas ao dia para virem trabalhar”.
Trabalhadores lembram que também estão na linha da frente
Nos serviços de limpeza do Centro Hospitalar Tondela-Viseu trabalham cerca de 50 funcionários. Esta manhã encontravam-se ao serviço três trabalhadores, sendo que habitualmente são cerca de 15 profissionais.
Fátima Fonseca, uma das trabalhadoras, garante que não estão a pedir nada que não lhes seja devido.
“Não estamos a pedir nada de novo, nem aumentos. Estamos a pedir o que já tinhamos e que nos foi tirado. Prometeram em janeiro por escrito que iríamos manter os nossos direitos e afinal fizeram isto”, desabafa.
Fátima Fonseca lembra que estes trabalhadores “também estão na linha da frente e também são importantes”.
Já Adelaide Nunes, delegada sindical do setor da limpeza do Hospital de Viseu, garante que estes trabalhadores “tem cada vez mais trabalho e menos direitos”.
“Tiraram-nos dinheiro e há ainda outras coisas como pessoal de férias e não metem ninguém e que em serviços onde deveriam estar três ou quatro pessoas estão só duas. Quem está à frente do serviço não está a ser humano”, conta.
“Se não resolverem esta situação vamos continuar a lutar e não vamos baixar os trabalhos”, assegura.
Reuniões sem efeito
Vivalda Silva, do STAD, diz que já se realizaram algumas reuniões com a Talenter que acabaram por não surtir efeito.
“No ano passado reunimos com o SUCH que nos garantiu que tudo se manteria igual, mesmo sendo a Talenter a gerir os recursos humanos, e que os direitos dos trabalhadores nunca seriam postos em causa. Ficamos satisfeitos e descansados. A própria administração do Hospital garantiu que tudo ficaria igual e que se assim não fosse intervinham.
Quando percebemos que estavam a ser cortados valores reunimos novamente com a empresa que não deu em nada, pediram outra para estudarem a situação e voltaram a dizer que tudo ficaria igual. Foi aí que fizemos a primeira greve, em maio, à porta do Ministério da Saúde”.
A sindicalista explicou que a contratação das empresas não é feita pelos hospitais mas sim através do Ministério e que o próprio SUCH tem parceria com o Governo.
“Tentamos que a ministra ou alguém nos recebesse, após várias tentativas não fomos ouvidos. Voltamos a fazer uma reunião com a Talenter e SUCH e voltaram a dizer que não e por isso marcamos esta greve”.
Vivalda Silva explicou que esperam agora nova reunião, embora não tenham grande esperança mas garantem que se nada acontecer a luta não vai parar.
“Se não fizermos nada aí é que nos tiram mesmo os direitos”, garante.