No terceiro episódio do programa “Bem-Vindo a”, tivemos o prazer de conversar…
São mais de 100 presépios, de diferentes tamanhos e construídos ao longo…
por
Teresa Machado
por
Isalita Pereira
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
E porque o caminho não é só dos peregrinos, António e Henriqueta são moradores mas é com frequência que percorrem uma parte do trajeto.
“Moramos aqui nesta casa e todos os dias damos aqui uma volta”, conta António enquanto se apressa a dizer-nos que até ao centro de Moimenta da Beira ainda falta “um bom bocadinho”.
Diz-nos que ainda somos jovens – “ainda têm pernas para isto” – e que não somos os únicos a passar por ali.
“Às vezes passam aqui de mochila às costas e lá vão eles”, conta.
De Sernancelhe a Moimenta da Beira as constantes marcações não nos deixam fugir da rota, já as paisagens convidam a parar e registar o momento.
Com a Vila da Ponte para trás e depois de uma subida ao monte (o senhor Carlos bem nos avisou) entramos num percurso marcado pela Barragem do Vilar, que aparece muitas vezes no nosso horizonte, pomares e vinhas.
Esta parte do caminho divide-se entre estrada, onde é preciso alguma atenção, e muitos caminhos romanos e de terra batida, num percurso mais rural e menos movimentado. Um silêncio que só é interrompido por Ermínia que na ombreira da porta nos atira: “que Deus vos acompanhe”.
João Miguel Borges é taxista em Moimenta da Beira, só este ano já teve quatro serviços onde transportou peregrinos e caminhantes.
“Uma das pessoas tive que a levar para ir ter com o restante grupo, teve problemas musculares. Em outro serviço, um casal viu-se atrapalho ali em Fonte Arcada, eram de Lisboa, mas também não tiveram sorte que apanharam mau tempo aqui na zona. Mais recentemente transportei um senhor francês, que levei até ao hotel, vinha sozinho, mas via-se que tinha preparação!”, conta.
Nesta viagem não nos cruzámos com peregrinos ou caminhantes mas conseguimos sentir um pouco da presença dos milhares que diariamente põe pés ao caminho com destino a Santiago.
O Caminho de Torres ganhou o nome do seu mais célebre peregrino: Diego de Torres Vilarroel. Dizem que caminhou de Salamanca a Santiago de Compostela para cumprir uma promessa – num livro onde publicou textos da viagem faz referências à Ponte do Abade, em Sernancelhe, e Lamego. Quanto a todos os outros, não sabemos o que os move a percorrê-lo mas conseguimos perceber porque é que todos dizem que vale a pena.
Ao fim de 26 quilómetros, terminámos esta caminhada em Moimenta da Beira…mas com vontade de continuar!
PARTE 1 –
PARTE 2 – Caminho de Torres: Para trás fica Sernancelhe e as marcas de uma ligação a Santiago de Compostela