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Foi presidente da Câmara de Mangualde durante dez anos. Porque concorre agora ao município vizinho, numa escolha que até já foi alvo de críticas por ser oriundo de Mangualde?
Isso é uma crítica preconceituosa. Viseu está carregado com milhares de pessoas que não nasceram em Viseu, que vivem e que produzem economia para Viseu e volto a repetir é uma crítica tão preconceituosa que representa que todos esses homens e mulheres que não nasceram em Viseu, mas vivem cá, vão votar nesta candidatura. Essa afirmação é muito infeliz, se fosse só eu até podia ser uma fragilidade, mas são milhares de pessoas.
O facto de vir de fora e de se calhar ser uma cara menos conhecida até nos meios rurais, isso não o pode penalizar nas urnas?
Temos sido muito bem recebidos em todo o lado, sinto que as pessoas me reconhecem na rua. Conheço neste momento cada vez melhor o território, as suas fragilidades e dificuldades, os anseios das pessoas, das instituições e, portanto, quando estamos na rua sinto um grande carinho, uma grande afetividade e mais do que isso a rua está a sussurrar para haver uma mudança política em Viseu. Há aqui um movimento silencioso.
As pessoas têm medo de falar?
É natural que assim seja, são muitos anos de um clube político, de um grupo político que está à frente dos destinos da autarquia e, portanto, nós queremos também dar essa liberdade às pessoas para escolherem de forma clara e sem pressões e Viseu precisa dessa paz, precisa muito dessa união, como digo no nosso slogan.
Temos que colocar Viseu no patamar da primeira divisão. Não podemos olhar só para dentro do concelho como se tivéssemos aqui todas as fórmulas mágicas de resolver os problemas, temos que olhar para o Governo, instituições regionais, supramunicipais, ou seja, Viseu tem que ser a locomotiva e a liderança política da região.
Já não é?
Já não é há muito tempo. Viseu tem que assumir essa liderança. Todos sabemos que é assim. Mais do que isso, olhamos para trás e vimos sempre reclamação, as pessoas zangadas com quem decide. Algumas pessoas falam sempre do IP3, ferrovia e da saúde, sempre zangados, chateados, mas nada fizeram para que isso acontecia. Também não tiveram a arte de fazer com que isso acontecesse. Nós queremos que isso aconteça, estamos a fazer passos seguros para que isso aconteça, mas para isso é preciso ter arte, saber fazer, ter pontos de contactos e bater às portas certas para resolver os problemas.
Defende que Viseu tem que apostar mais na industrialização? Como vai trazer mais empregos?
Encontrei um concelho de Mangualde numa situação dramática financeiramente e felizmente deixei a câmara organizada em várias aéreas. E nós queremos trazer essa liderança política para Viseu e depois de consolidar essa liderança política, com o orçamento do município e capacidade de trabalho que temos, iremos ter aqui muito investimento privado. Vamos priorizar essa área. Vamos criar condições para que as empresas possam vir para cá.
Há poucas semanas foi abordado para termos um grande investimento na região e vieram ter comigo. É um projeto na nova indústria limpa, que pode criar centenas de postos de trabalho.
Acredita que é desta que Viseu vai ter centro de radioterapia?
É desta, não tenho dúvidas nenhumas sobre isso. Vamos ter nas próximas semanas novidades sobre a abertura de um procedimento concurso através dos fundos comunitários para que isso se concretize.
O senhor chama a si esse projeto, mas o eleitorado sabe que votou contra o projeto na discussão do Orçamento de Estado.
Claro que votei contra, foi um truque parlamentar. Quem propôs disso usou uma folha de guardanapo e colocou lá que o orçamento tinha que ter a proposta de execução do centro de oncologia de Viseu, não disse projeto, orçamento, verba, podiam também ter proposto o orçamento um aeroporto para Viseu, ou uma nova universidade, não o fizeram. Nós votamos contra na especialidade, porque sabíamos que o investimento tinha fundos comunitários, e depois o mais estranho disto tudo é que os mesmos que propuseram essa introdução desse documento do orçamento, votaram contra o Orçamento de Estado na generalidade, ou seja, há aqui uma contradição profunda.
Acredita que em 2024 o IP 3 vai estar pronto como diz o governo?
Estamos à espera que nas próximas semanas, meses seja definido se há problemas ambientais num pequeno troço. O processo sobre o IP3 está muito, adiantado, mas há cortinas de fumo. Interessa arranjar confusão…
Foi o primeiro nome a nível nacional a ser anunciado pelo PS para estas autárquicas. Foi uma escolha de António Costa, isso representa um voto de confiança ou mais responsabilidade para si?
Muita responsabilidade, um voto de confiança, muita felicidade da minha parte que aceitei de bom grado [o convite]. É uma honra enorme ter este desafio que não é contra ninguém, é a favor de Viseu e dos viseenses.
Quais as ambições do PS para esta Câmara?
Estamos a disputar estas eleições para ganhar. Temos uma equipa fortíssima, organizada com pessoas de várias orientações partidária, de pessoas que nunca estiveram ligadas à política. Estou a fazer um bocadinho a réplica daquilo que fiz num concelho muito mais pequenino. Nas últimas eleições que disputei em Mangualde tive 70 por cento dos votos. Fui quatro vezes candidato, à quarta tive 70 por cento dos votos.
Se perder a câmara, como aconteceu nas primeiras candidaturas em Mangualde, vai tentar até conseguir?
Vou repetir. Também me dizem que abandonei Mangualde, abandonei porque António Costa me convidou para ser o cabeça de lista nas legislativas de 2019. Fiz 10 anos de exercício camarários, mas já tinha feito oito anos como vereador da oposição.
Se não for eleito nestas eleições fica como vereador da posição?
Se for deputado fico nessas funções de vereador.