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Licença militar: impossível. Foram os meus pais para Jersey.
Tentei, depois da Páscoa, recuperar o tempo perdido em termos letivos. Arranquei para Lisboa, mas alérgico ao ambiente poluído de um quarto que um meu professor de francês do tempo do colégio Dom Bosco, o padre Nuno, me arranjou nas Oficinas de São José dos Salesianos, caí doente e regressei a casa.
É curioso o modo como cheguei até este professor. Por e com a recomendação de um padre amigo dirigi-me ao seminário dos Olivais a um seu antigo colega. Ele não me deu muito crédito, desconfiado de tudo e de todos. Chegou a confessar-me mais ou menos diretamente que não tinha razão nenhuma para acreditar na minha história. Apresentei-me como filho de retornados de África e atualmente desempregados, sem subsídios ou apoios sociais; disse-lhe do meu desejo de estudar e das dificuldades em pagar o alojamento, alimentação, etc.
E que estava ali por indicação do padre da minha freguesia que tinha sido seu colega no seminário. O senhor chegou a simular não ter isqueiro para acender um cigarro no que eu interpretei como sendo uma tentativa de saber se eu fumava, se tinha portanto dinheiro para o vício. Num rasgo compreendi a intenção e disse-lhe que não fumava. Pois o que estaria mais de acordo com os meus impulsos de simpatia e cordialidade teria sido sacar do isqueiro que tinha no bolso do blusão. De qualquer maneira, acabou por aconselhar a dirigir-me às tais Oficinas de São José, pois havia a possibilidade de lá encontrar algum professor do colégio Dom Bosco de Lourenço Marques.
O que se revelou verdade. Mas o quarto, apenas com uns janelos junto ao teto, estava cheio de pó, e o colchão era de palha. A verdade é que comecei a sentir problemas respiratórios e numa noite fui forçado a apelar ao padre Nuno, instalado também no mesmo edifício, que acabou por me acompanhar ao hospital de São José. Foi terrível.
No dia seguinte, pedi ajuda aos meus tios. Aceitaram que dormisse nessa noite em casa deles, mas o meu tio, para evitar ilusões de minha parte, falou-me do cansaço da esposa, do aborrecimento em ter que lavar mais um par de lençóis e quase que me meteu no comboio na estação de Santa Apolónia. Aqui tive a sorte de receber o apoio de uma jovem dos chamados Meninos de Deus. Foi tão simpática, tão meiga, tão calorosa que quase me apaixonei por ela e quase desejei ser um membro do movimento. Depois, durante a viagem, um jovem de Tondela, estudante de Educação Física, acompanhou-me com simpatia e apoio.
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