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O Sindicato Nacional dos Motoristas e Outros Trabalhadores anunciou que os profissionais da empresa Berrelhas, responsável pelo MUV – o sistema de transportes públicos de Viseu -, iniciam quarta-feira (22 de dezembro) uma greve por tempo indeterminado ao trabalho extraordinário.
“A greve inicia-se agora, porque começaram as férias escolares e assim não há tanto transtorno na vida dos estudantes, mas se o problema não for resolvido, em janeiro, no regresso às aulas, a greve vai continuar”, assegurou, em declarações à agência Lusa, o presidente do sindicato.
Jorge Costa disse que o sindicato “está a negociar, há mais de um ano, a questão do trabalho extraordinário, mas até à data, ainda nada foi resolvido, apesar das promessas de ser hoje, amanhã, no próximo mês”.
“Agora não pode haver mais promessas. A greve vai parar quando a empresa colocar em cima da mesa o plano de trabalho que inclua horários de trabalho com oito horas e não com 10, 11 e 12 horas, como chega a haver”, alertou.
A greve, “por tempo indeterminado a qualquer trabalho extraordinário”, tem início na quarta-feira o que, no entender do sindicato, e apesar das férias escolares, provocará “alguns constrangimentos no serviço, em particular ao final do dia”.
Jorge Costa referiu ainda que não só a empresa “obriga diariamente os seus motoristas a cargas de trabalho, que extravasam, e muito, o previsto na Lei (150 horas anuais) e na convenção coletiva de trabalho vigente”, como também, “na maior parte dos casos, não há o descanso mínimo”.
“Os motoristas não conseguem ter as 11 horas de descanso entre jornadas de trabalho. E, no nosso entendimento, há também práticas da empresa, que podem consubstanciar assédio laboral e ou moral, tendo em conta os atos de perseguição aos seus trabalhadores”, acusou.
O sindicalista afirmou que isso é feito em “constantes notificações através de cartas para responder a situações análogas e a notas de culpa, bem como a constantes sobrecargas de trabalho e distribuição de serviço”.
“Apesar das denuncias efetuadas à ACT (Autoridade para as Condições de Trabalho) da respetiva área, a empresa continua a incumprir – mais parecendo existir algum conluio da própria ACT -, pois até à data nada foi feito no sentido de penalizar a empresa e a obrigar a cumprir com as normas legais”, apontou.
Segundo este responsável, “ao todo são cerca de 50 motoristas que são afetados, ou seja, todos da empresa” que opera em várias áreas da região, principalmente no transporte urbano de Viseu, mas também em Penalva do Castelo, Mangualde e Carregal do Sal.