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O ioiô e a economia circular

 O ioiô e a economia circular
01.01.22
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O ano de 2021 termina como um dos que mais financiamento trouxe ao Sector Cultural e Criativo (enquanto sector de atividades): por via de candidaturas, apoios extraordinários, linhas de financiamento às empresas, estruturas associativas e profissionais liberais, etc. Houve um esforço concreto do Estado e das Autarquias, no sentido de proporcionar onde trabalhar, nomeadamente quanto aos que desenvolvem a sua atividade por projetos. Tudo isso possibilitou que, desde Junho, houvesse uma multiplicação dos recursos afetos à Cultura e por conseguinte, das iniciativas, maioritariamente gratuitas para os interessados.
Aproveitou-se também o que não se havia conseguido executar de fundos comunitários para “redirecionar” ações. A Cultura disso beneficiou.

Simultaneamente, foram cerca de 18 meses sem qualquer atividade – nos espaços e equipamentos culturais – presencial, que se interromperam com esses financiamentos. 18 meses de nada, para alguns meses de corrupio. São milhares de pessoas que não trabalharam e cujas contas não vencem apenas quando há trabalho pago… em princípio são mensais. Como para todos os outros. Por isso foram-se acumulando, as contas. Por isso não se pagaram outras ou algumas ainda, em muitos casos. Demasiados casos. Como para muitos outros setores também.

A primeira constatação, portanto, não compensou a segunda. Mais ainda porque novamente e por tempo indeterminado, se fecham portas, se limitam presenças, se afasta público.

Tentou-se online. Tentou-se à janela. Tentou-se em praças ou adros amplos e arejados. Nada substitui a presença, ainda que durante algum tempo tenha parecido que o caminho era limitado, mas possível.
Agora e na volta do ioiô, fechadas as ribombantes candidaturas a Capital Europeia da Cultura (muitas delas mal-amanhadas e sem cabeça, menos ainda sem pés seguros), e da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses, que trouxeram contactos e agitação formato excel; longe ainda as candidaturas aos Apoios Sustentados da DG Artes, o trabalho volta a ter de se organizar localmente.
Localmente há um mundo. Não há é estrutura para o mundo estar, na maior parte do “local”. 2022 – em princípio – orienta-se para insistir na economia circular (dinheiro que anda ali e por opção de quem o gasta, não sai para longe). Quando se organizarem as estratégias é impossível não “ler” que o Sector Cultural, se bem implementado, é um dos agentes relevantes dessa dinâmica e traz uma multiplicação do valor investido.
Com limões faz-se limonada; com ioiôs garante-se que fica em proximidade o que temos em mãos.

 O ioiô e a economia circular

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