A psicóloga acaba de lançar “O Mundo cabe no coração de uma…
A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
No quarto episódio do programa “Bem-Vindo a”, tivemos o prazer de conversar…
por
André Rodilhão - Destak Imobiliária
por
Ana Rodrigues Silva
por
Eugénia Costa e Jenny Santos
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Tondela mostra-se preocupado com a seca que atinge o distrito de Viseu e diz que ela pode potenciar o surgimento de mais incêndios.
O alerta foi deixado na última reunião da Proteção Civil municipal, que decorreu na quinta-feira (3 de fevereiro).
Em declarações ao Jornal do Centro, Nuno Pereira também chama a atenção para eventuais problemas no abastecimento das populações.
“Esta situação preocupa-me bastante porque o consumo humano poderá estar um pouco comprometido. Além disso, na densidade florestal e vegetal existente na nossa zona, está tudo seco porque não chove há bastante tempo e os recursos hídricos já estão em baixa. Tudo isto é um conjugar de fatores: seca com tudo seco poderá potenciar grandes incêndios florestais”, explica.
O comandante dos Bombeiros de Tondela alerta também para o risco de a região poder entrar em seca extrema caso a situação não se altere nos próximos tempos.
Armamar já tem armazenamento abaixo dos 60 por cento
Entretanto, também a zona de Armamar está a ser fortemente atingida pela seca. No concelho que é mais conhecido pela produção da maçã de montanha, a armazenagem de água ronda agora os 57% (por cento), segundo disse à Lusa a diretora regional de Agricultura e Pesca do Norte.
Carla Alves diz que o caso de Armamar é um dos casos que mais a preocupa na região Norte, referindo o concelho tem “um armazenamento um pouco baixo” quando “a água é fundamental” naquela região.
A responsável diz que a seca no Norte do país é “bastante preocupante”, mas “ainda não é catastrófica”, tendo as albufeiras um armazenamento médio de 64%.
“Ainda não estamos com uma situação catastrófica, mas, de qualquer forma, é bastante preocupante”, confessa.
Ainda por Armamar, a continuação da situação de seca e as temperaturas que se têm registado Seca: produção de maçã na região de Viseu pode ser afetada. “A seca ainda não trouxe prejuízos que sejam consideráveis, mas já começa a levantar algumas preocupações”, admitiu o presidente da Associação de Fruticultores de Armamar, José Osório.
O produtor alertou para o facto de “a barragem de Temilobos não está a encher, pelo contrário, está a esvaziar, e os níveis freáticos começam a ser preocupantes”, sendo esta infraestrutura usada para regadio das áreas agrícolas de pomares de macieiras e de outras árvores de fruto.
Conhecido como a Capital da Maçã de Montanha, o concelho de Armamar é um dos maiores produtores nacionais deste fruto, que representa uma importante fonte de rendimento da população.
A DRAP Norte garante que está a “monitorizar aquilo que está a acontecer”, controlando o armazenamento útil das várias albufeiras.
O armazenamento útil estava, em período homólogo, nos 80% em 2021, 78% em 2019, e em 42% em 2018, adianta, destacando que o nível deste ano “é de facto baixo, mas ainda não é ao nível de 2018”.
Carla Alves esclarece que, nas albufeiras que “têm apenas e só vertente do uso único para a agricultura, [o nível de armazenamento útil] não irá decair muito”.
“Quando há uso múltiplo, por exemplo, para consumo público, aí é que as coisas se podem complicar um bocadinho mais, como acontece em Armamar”, explica.
Há ainda o caso do “planalto mirandês, que não tem nenhuma albufeira, em que o solo retém menos água”.
“Bragança tem a albufeira de Gostei, que está com cerca de 40% de armazenamento útil”, um nível “baixo para esta altura, mas de facto a barragem não serve muitos agricultores”, ressalva.
Também a monitorização do estado das culturas irá ser intensificada, avança a diretora regional, que pretende “reiniciar os trabalhos de levantamento de necessidades de captação e transporte de água e aquisição de equipamentos para abeberamento de gado”.
A DRAP Norte prepara-se para a possibilidade de, “a curto prazo, abrir candidaturas para aquisição deste tipo de equipamentos” e está a avaliar a “possibilidade de instalar pontos de água ou cisternas em algumas albufeiras, para a contingência da seca”.
Estão também a decorrer vários investimentos para criação de albufeiras e aproveitamentos hidroagrícolas, destaca, bem como a abertura de avisos para a instalação de painéis fotovoltaicos nos aproveitamentos hidroagrícolas, no valor de 2,5 milhões de euros, “para agricultores que usam furos, poços ou charcas poderem utilizar painéis para a sua poupança energética”.
“O setor da agricultura é dos que mais utiliza [água], e tem de utilizar, a produção de alimentos assim o obriga e, portanto, continuaremos a ser o setor que mais água utiliza. Agora, a eficiência do uso dessa água é que obviamente tem de mudar o paradigma – e está a mudar”, considera.
Carla Alves aponta para a Agenda de Inovação para a Agricultura 2020-2030 e refere que foram criados “alguns polos de rede de inovação no Norte”.
“Estamos a captar alguns projetos de inovação que vêm ao encontro do que estamos a falar, para tentar perceber através de sensores nas folhas das plantas, que indicam o consumo e, com base nisso, vamos poder, de futuro, indicar ao agricultor qual deve ser a altura de rega, qual a quantidade de água que a planta deve consumir”, concretiza.
A diretora regional defende que “a agricultura é que vai ter de se adaptar a essas transformações, porque elas vieram para ficar, e a agricultura terá de se adaptar às novas exigências das alterações climáticas”.