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O dia em que escrevo esta crónica, é o primeiro das nossas vidas, com alívio das restrições, após a pandemia, versão omicron. Caso não tenhamos que voltar a recuar, a tendência será para uma retoma importante, para os negócios que necessitam muito da interação social. Dependendo a nossa economia, em 2019, cerca de 15 %, da atividade turística, esta nova fase da vida social, será com toda a certeza, uma boa impulsionadora do crescimento do Turismo e do país.
Mantendo a perspetiva positiva, a pandemia também nos trouxe, um saldo tecnológico brutal (há quem aponte para um ganho de 4 anos). Salto este feito, com muita poupança de custos em ações de formação e sobretudo em esforços de incremento de motivação, para as novas tecnologias e processos digitais. E como se ganhou em tantas áreas, ao nível da qualidade de serviço disponibilizado… lá diz o ditado que “a necessidade aguça o engenho” …. Tudo está hoje muito mais perto e com isso tantas novas oportunidades nos surgem, sobretudo para a realização de trabalhos e negócios, em que a distância física era o principal obstáculo à sua boa concretização.
No entanto, também é verdade, que já estamos a viver um período de maior inflação e de subida de taxas de juro. O país irá ter de suportar mais encargos financeiros, embora com impacto não tão imediato, como nas famílias e nas empresas, que terão os seus serviços de dívida, a encarecer de forma mais rápida. E que impacto terão estes ajustamentos, na agitação social, num período em que governo, já não será de geringonça à esquerda?
Para além dos impactos que já são sentidos nos mercados acionistas, até onde nos levará o conflito Ucrânia/Rússia? Não referenciando tragédias maiores, também não ajudará, com toda a certeza, à diminuição do custo energético e das matérias-primas.
O atual cenário é também um momento, onde existe um PRR de oportunidades, mas um orçamento gerido em duodécimos e um governo que tarda em tomar posse, em primeiro lugar, porque vai resultar de uma interrupção abrupta, com a necessidade de eleições e que ainda se atrasa mais, por um facto, cujo custo elevado, nunca atingirá a dimensão da sua gravidade.
Somos portugueses, somos resistentes e resilientes e por vezes até parece, que desejamos estes momentos desafiantes, para mostrar o melhor de nós. No entanto, não podemos esquecer, algo que também nos carateriza bastante, que se traduz em algo que Alexandre Herculano, nos deixou: “É erro vulgar confundir desejar com o querer. O desejo mede os obstáculos; a vontade vence-os”.
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