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Fecho da linha da Beira Alta atrapalha mas obras precisam-se, garantem passageiros

 Fecho da linha da Beira Alta atrapalha mas obras precisam-se, garantem passageiros
18.04.22
fotografia: Jornal do Centro
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 Fecho da linha da Beira Alta atrapalha mas obras precisam-se, garantem passageiros
15.12.24
Fotografia: Jornal do Centro
 Fecho da linha da Beira Alta atrapalha mas obras precisam-se, garantem passageiros

A partir desta terça-feira (19 de abril) não vai ser possível viajar de comboio na linha da Beira Alta, que faz a ligação entre Pampilhosa e Guarda. A paragem, por um período estimado de nove meses, deve-se a trabalhos de requalificação integral e de modernização em cerca de 190 quilómetros.

Na manhã de segunda-feira, último dia de circulação, foram muitos os que utilizaram as estações e Nelas e Mangualde. Mário Pedro, tem 16 anos, e chegou a Nelas, acompanhado da Mãe, Natália Duarte. Vivem em Mangualde, mas Mário estuda no concelho vizinho, o comboio é o meio de transporte que usa.

O jovem admite que este encerramento “vai trazer alguns problemas”. “A única alternativa será o autocarro, mas acaba por ser mais lento porque para em mais sítios e pode chegar atrasado”, desabafa.

Já na estação de Mangualde estava Helena Machado. “Amanhã a que horas é o autocarro, há mesma hora do comboio?”, questionou ao funcionário da Comboios de Portugal (CP).

Por questões profissionais, Helena Machado usa com alguma frequência este meio de transporte para se deslocar a Nelas, Carregal do Sal e Oliveirinha. Apesar disso, a paragem até ao próximo ano não a preocupa.

“Penso que acaba por não ser um problema. Temos o transbordo da camioneta e ir na camioneta ou no autocarro é igual”, atirou. Aliás, para a passageira “as obras até já deviam ter sido feito há mais tempo”.

Mas se para Helena Machado o meio de transporte que irá utilizar não vai criar constrangimentos, a mesma opinião não tem João Azoia que é taxista em Nelas.
“Vai causar alguns prejuízos e alguns danos, não havendo comboios não há passageiros com a mesma frequência. Ainda que haja transbordo, não será a mesma coisa”, assegura.

Mas, também João Azoia acredita que os trabalhos ao longo da linha “são necessários”. “Claro que atrapalha, mas se é para melhorar é bom”, disse.

Durante o período de interrupção, serão disponibilizados transportes rodoviários alternativos aos clientes da CP.

Linha e apeadeiros sobrem obras
Os trabalhos de requalificação integral e de modernização em cerca de 190 quilómetros da Linha da Beira Alta, divididos por várias empreitadas, tem um investimento global previsto de cerca de 500 milhões de euros.

Entre os objetivos desta modernização está, segundo a Infraestruturas de Portugal (IP) a “melhoria das condições de mobilidade e acesso dos passageiros, através da remodelação das diversas estações e apeadeiros, incluindo o alteamento, alargamento e o prolongamento de plataformas”.

A redução de tempos de percurso, o reforço da segurança, ter uma infraestrutura ferroviária “dotada com os mais modernos equipamentos de controlo, sinalização e telecomunicações”, e a requalificação e supressão de todas as passagens de nível são outros propósitos.

A IP alude ainda ao “aumento em cerca de 20 por cento do número de comboios a circular por ano e para mais do dobro da capacidade em número de toneladas/ano” e ao desafio de ser um transporte “ambientalmente mais sustentável”.

A necessidade de encerramento integral da linha é justificada pelas “características técnicas específicas dos trabalhos a realizar em diversos locais ao longo do troço”.
Segundo a IP, atendendo à “elevada complexidade” dos trabalhos, seria impraticável executá-los “mantendo a circulação ferroviária, mesmo que de forma condicionada”.

A opção pela interdição total permite, no seu entender, garantir “a segurança dos trabalhadores em obra” e que as empreitadas decorrerão “com maior eficiência”, levando a “importantes ganhos no encurtamento dos prazos de execução, poupanças ao nível dos encargos e forte mitigação dos transtornos provocados aos utilizadores”.

A IP garante que, no início do próximo ano, os utilizadores da Linha da Beira Alta “passarão a dispor de um serviço de transporte ferroviário de maior qualidade, conforto, segurança e ambientalmente sustentável”.

CP reuniu com autarquias
Nas últimas semanas, a IP e a CP promoveram reuniões com as autarquias da região Centro que são servidas pelo transporte ferroviário na Linha da Beira Alta.

Nestas reuniões, foram dadas informações sobre o desenvolvimento das empreitadas em curso e apresentadas as alternativas de transporte de passageiros criadas pela CP, que “vão garantir às populações destes municípios a manutenção de um serviço de qualidade”.

A IP sublinha que a modernização integral da Linha da Beira Alta, integrada no Corredor Internacional Norte, tem “elevada importância na requalificação da Rede Ferroviária Nacional, disponibilizando às empresas e passageiros um transporte ferroviário mais eficiente nas ligações ferroviárias inter-regionais, bem como na ligação a Espanha e restante Europa”.

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