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A Câmara de São Pedro do Sul aceitou competências na área da saúde, mas o seu presidente, Vítor Figueiredo (PS), admitiu que estas virão acompanhadas de problemas para o futuro.
Durante a cerimónia de assinatura do auto de transferência de competências, na passada segunda-feira (2 de maio), o autarca disse ter noção de que ainda há “muitos assuntos por resolver” com o Ministério da Saúde, o que espera conseguir fazer com diálogo.
Perante a presidente da Administração Regional da Saúde do Centro (ARSC), Rosa Reis Marques, o autarca socialista esclareceu que, por exemplo, médicos e enfermeiros não terão motorista.
Vítor Figueiredo sublinhou que ele próprio, enquanto presidente de câmara, não tem motorista e, portanto, se os médicos e os enfermeiros quiserem ter, terão que retirar assistentes operacionais dos serviços a que estão afetos e colocá-los a desempenhar a função de motorista.
“Isto é muito complicado. Há muitas situações que já estão entranhadas nos médicos e nos enfermeiros ao longo de muitos anos e que têm que acabar”, frisou.
O autarca lamentou que a transferência de competências na saúde seja mais complicada de fazer do que na educação. Esta já foi iniciada a 1 de abril e levará à transferência de cerca de 110 funcionários, estando o processo “a correr mais ou menos bem”.
“Nós temos dificuldade em falar com a saúde porque, ao contrário das escolas, em que existe uma única entidade com que trabalhamos”, no centro de saúde há várias unidades, sendo cada uma delas “uma capelinha”, lamentou.
Vítor Figueiredo avançou que neste momento estão três veículos afetos à saúde e será com eles que vão trabalhar.
“Sei que muitas vezes estão a requisitar táxis. Connosco não vai haver requisição de táxis. Temos que saber gerir a nossa casa”, defendeu o autarca, acrescentando que, “em situações pontuais”, poderá haver uma quarta viatura.
Rosa Reis Marques mostrou-se convicta de que a transferência de competências no domínio da saúde permitirá mais eficiência e mais economia.
No seu entender, os problemas apontados por Vítor Figueiredo acabarão por se resolver naturalmente, em proximidade, e as pessoas vão adaptar-se à nova realidade. “Não estou assim muito preocupada. Mas depois vamos ver”, acrescentou.