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O coordenador da comissão independente criada para investigar abusos sexuais na Igreja Católica portuguesa disse que há “mais de três centenas” de testemunhos e o número “continua a subir”. Tal como em outras dioceses, também da de Viseu têm recebido denuncias. E precisamente em Viseu, onde os elementos da comissão estiveram esta sexta-feira ao final da tarde para uma conferência-debate, Pedro Strecht e Daniel Sampaio voltaram a apelar ao contacto das pessoas.
“As queixas continuam a subir, se vos dissesse agora um número já era com certeza diferente do que foi hoje de manhã, porque sabemos que as pessoas continuam a contactar-nos, o que também é importante, mas já ultrapassámos as três centenas dos depoimentos diretos”, disse Pedro Strecht.
Este número, explicou, é “muito provável” que seja maior, uma vez que o psiquiatra disse que, “é extremamente comum” uma pessoa, que contacta para dar o testemunho, “referir a existência de mais nomes de pessoas que na mesma altura, pela mesma pessoa, no mesmo local, possam ter passado pelo mesmo”. Frisou ainda que há mais vítimas homens do que mulheres.
“Portanto há aqui um número em abstrato que é difícil de contabilizar estatisticamente mas que certamente aponta para um número depois total muito maior do que as três centenas de testemunhos que temos até agora”, apontou.
Neste sentido, os psiquiatras estão a promover conferências e debates para apelar ao testemunho, seja por telefone (917 110 000) ou email (geral@darvozaosilencio.org), contactos que no entender de Daniel Sampaio podem ser mais divulgados pela Igreja.
“A Igreja devia mostrar mais empenhamento, não em relação ao trabalho da comissão, mas sobretudo em relação a esta causa, porque esta é uma causa da Igreja, [mas] eu acho que deve ser uma causa nacional”, defendeu.
Neste sentido, Daniel Sampaio considerou que, “uma das coisas relativamente simples que a Igreja devia fazer era que os padres no final da missa fizessem um apelo ao testemunho” e seria “uma forma muito prática” de passarem os contactos.
“Numa situação onde está uma assembleia de católicos e onde é difícil chegar, porque a noção que temos é que há muitas zonas em Portugal onde o nosso apelo não chega e há missas em todo o lado e isso seria uma forma de empenhamento muito importante da Igreja Católica nesta questão”, disse.
Assim, apelou, “poderia ser feita de uma forma mais ativa em cada diocese” a divulgação dos contactos, “em todas as publicações da diocese e um empenhamento direto na missa, naquela parte da missa em que o sacerdote faz avisos, podia haver um apelo ao testemunho”.
Pedro Strecht disse ainda que “há pessoas que perguntam se é só sobre a igreja Católica” e nessas situações, ou até de outras áreas da sociedade, a comissão pode “ajudar a orientar, uma vez que a “ideia é não deixar as pessoas sozinhas e até se precisarem de outro tipo de ajuda, encaminhá-las em relação a isso”. Realçou ainda que os testemunhos recolhidos não vão no sentido, até agora, de pedidos de indemnizações o que, na sua opinião, reforça a credibilidade do testemunho. “Estão a contactar simplesmente por aquilo que passaram. As pessoas querem, acima de tudo, contar a sua história e querem ser reconhecidas no seu sofrimento”, sustentou.
Dos mais de 300 testemunhos, disse Pedro Strecht, 16 seguiram para o Ministério Público, “mas estão a ser analisados mais casos, porque as denúncias estão a aumentar, e estão a ser analisadas para serem em breve enviadas ao Ministério Público”.