O melanoma é responsável pela maior taxa de mortalidade dos cancros de pele. Esta quarta-feira (18 de maio), assinala-se o Dia do Euromelanoma e, para assinalar a data, o Hospital de Viseu organizou rastreios gratuitos que registaram uma boa adesão.
O melanoma é o tipo de cancro da pele mais grave. Em Portugal surgem, anualmente, cerca de 700 novos casos de melanoma maligno.
Ao Jornal do Centro, a diretora do serviço de dermatologia do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, Manuela Oliveira, explicou que o melanoma aparece “em sinais antigos ou em sinais que aparecem de novo”. “Quando é feito o diagnóstico precoce, tem cura. Já quando aparece mais tardiamente, é mais complicado e a taxa de mortalidade é maior”, disse.
Segundo a especialista, o melanoma é responsável por “mais de dois terços dos casos de morte por cancro de pele”. “Por isso, é muito importante fazer o diagnóstico precoce. Aqui no Hospital, temos um aparelho, o dermatoscópio digital computorizado, que faz o mapeamento dos sinais”, frisou.
No registo oncológico nacional, feito nos hospitais públicos, a incidência de melanoma é de seis a oito casos por 100 mil habitantes. Já no serviço de dermatologia do Hospital de Viseu, estão notificados perto de 300 doentes com cancro cutâneo por ano e cerca de 10 por cento destes casos são melanoma.
Manuela Oliveira explicou que o melanoma “aparece habitualmente nas pessoas com pele clara e muitas sardas” e que o maior fator de risco é a exposição “excessiva e intermitente” ao sol, além do histórico familiar e de queimaduras solares “principalmente na infância e adolescência”, entre outros fatores.
A médica também alertou para o risco dos solários, “porque está provado que as pessoas que fazem solário têm mais incidência de melanoma do que quem não faz”.
A responsável deixou ainda algumas recomendações, nomeadamente o uso do protetor social e não apenas na praia. “O protetor tem de se usar no dia-a-dia. Podemos apanhar sol quando praticamos desporto ao ar livre, quando caminhamos, quando estamos no jardim ou quando estamos a estender a roupa. Por isso, o ideal seria, pelo menos a partir da primavera, toda a gente pôr o protetor pelo menos na cara”, detalhou.
Também segundo a médica, deve-se aplicar o protetor solar “sempre maior do que 30, mas recomendamos sempre o 50”. “Para os mais morenos, pode-se admitir que ponham (o 30), sobretudo quando começam a ficar bronzeados porque o bronzeamento é um fator de proteção do nosso organismo contra as radiações ultravioletas”, explicou.
E sempre que se vai ao mar, acrescentou, também se deve pôr o protetor e aplicá-lo de duas em duas horas. Também entre os conselhos, Manuela Oliveira recomenda o uso do chapéu e dos óculos de sol, além da t-shirt “tanto quanto possível e com preferência pela cor escura”. “As crianças até 1 ano de idade não devem apanhar sol direto”, acrescenta.
O Hospital de Viseu organizou rastreios gratuitos que, segundo a responsável, foram um sucesso, tendo sido preenchidas as 30 vagas disponíveis.