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A Saúde de Lisboa e a contingência do interior

 A Saúde de Lisboa e a contingência do interior
14.06.22
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 A Saúde de Lisboa e a contingência do interior

Lá para os lados da capital do reino, tocou a rebate, soaram os alarmes, ladraram os cães de guarda, soltou-se o grito de alerta: os médicos estão de folga, fecharam os hospitais! Ora pelo menos por uma vez, das que agora me lembro, o interior está na vanguarda do país…

Não é motivo para brincadeira, eu sei, mas é a oportunidade clara para se debater o que há muito se faz de conta. O que falta nos hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo é o mesmo que falta às VMER da Guarda, Covilhã ou Castelo Branco. O que falta é o mesmo que falta à população de Cabanas de Viriato, esse pequeno reino onde a alegria se faz ao som da dança dos cus. O que falta é o mesmo que se sente nas especialidades de urologia ou radioterapia no velhinho hospital de Viseu.

A diferença é que na urbe a falta sente-se mais do que no interior do país. Não que aqui não se morra, não porque não se chegue atrasado ao bloco de partos, não porque os velhos e novos não definhem à espera de consultas… a diferença é que por lá fazem-se reuniões de emergência, sentam-se à mesa os problemas e as possíveis soluções.

O que também não é diferente é que a receita seja um plano de contingência e, para terminar este pensamento em superioridade, neste aspecto o interior também dá cartas. Em contingência já andamos há muitos anos… e o tempo passam e ficam os que se aguentam. Pela capital do reino, as folgas vão acabar, as férias vão passar, os médicos vão voltar e tudo voltará ao normal! Pelo interior, é que a contingência vai manter-se… mas o importante é que já falta pouco para o próximo carnaval.

 A Saúde de Lisboa e a contingência do interior

Jornal do Centro

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