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A peça de videoarte Corten do artista João Pedro Fonseca está exposta na Casa do Artista em Lamego e poderá ser visitada até 20 de Agosto. Criada no âmbito de uma residência artística a obra é focada no icónico, mas problemático Centro Multiusos. É também, segundo o artista, um reflexo do interior. Num filme de 5 minutos, o criador mostra a magnitude de uma obra que “nasceu torta” e a relação da geração mais jovem com o espaço. Com recurso ao 3D faz habitar este pavilhão deserto.
O Multiusos de Lamego foi inaugurado em 2012 enfrentou diversos problemas de construção inclusive a reprovação de várias funcionalidades após inúmeras inspeções. Contudo, a peça de João pedro Fonseca não se foca literalmente no equipamento cultural, mas expõe uma perspetiva social de abandono e uma cultura contemporânea pouco estimulada num interior que enfrenta o desafio de não ser esquecido e manter a população.
“Passada uma década, são realizadas várias atividades no Centro Multiusos mas o exterior, alvo de vandalismo e abandono, encontra-se parcialmente em ruína mantendo através da sua arquitetura e materiais uma espécie de composição estética de instalação e site-specific art”, salienta o criador.
Esta situação levantou o interesse de João Pedro Fonseca em perceber como as novas gerações que cresceram já com este edifício erguido olham para a anomalia. Durante 6 semanas acompanhou alguns movimentos juvenis e levantou vários testemunhos, escolhendo um deles para guiar a narrativa da peça e mergulhar o espetador no retrato de uma geração atual pouco compreendida e dificilmente apoiada pelas políticas locais, vendo-se obrigadas a sair e procurar outras cidades com diferentes alternativas e desenvolvimento.
“São inúmeros os equipamentos culturais pelo interior do país que sofrem de má gestão e apoio político – sem atividades e uma programação sólida que fixem bem a sua funcionalidade e credibilidade”, refere.
O vídeo de 5 minutos é composto pelo levantamento 3D do edifício e com várias pessoas locais que lá foram inseridas, numa estética de ruína e fragmentação atribuindo um cariz de memória frágil, uma vez que, para o artista, “a nitidez de um espaço ou uma identidade é medido pela beleza e significado que possuem”.
O aço corten, o material predominante da estrutura e nome da peça, é um tipo de material cuja composição contém certos elementos que o tornam resistente à corrosão atmosférica – uma antítese perante o fantasma em que a estrutura se tornou aos olhos da população local com o passar dos anos.