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O avanço do centro de radioterapia do Hospital de Viseu está dependente de uma autorização do Ministério das Finanças. Foi, pelo menos, essa a garantia que a administração do Centro Hospitalar Tondela-Viseu (CHTV) deu ao deputado do PCP, João Dias, que passou esta semana pelo distrito para se inteirar sobre a situação da saúde.
O projeto, que já tem candidatura aprovada para os fundos comunitários, prevê um investimento de 24 milhões de euros. A administração do CHTV tinha previsto que o projeto pudesse estar concluído em dezembro de 2023.
Em declarações ao Jornal do Centro, João Dias referiu que todo o projeto já está concretizado, “mas falta o parecer do Ministério das Finanças, que é o carimbo final” para que as obras avancem finalmente.
O comunista lembrou que a valência é necessária para dar “outras condições de dignidade e conforto para os doentes oncológicos”, estando neste momento “num corredor anexo à administração do Hospital”.
Sobre esta situação, o PCP equaciona questionar o Governo. João Dias revelou que os comunistas vão exigir da tutela “medidas urgentes para desenvolver aquilo que está perspetivado” e defendeu a necessidade do projeto da radioterapia.
O parlamentar disse que o centro pretende “não só criar condições para o tratamento de radioterapia, o que implica que os utentes possam ser tratados no próprio hospital e não ter de ir deslocar-se a outros centros hospitalares, mas, acima de tudo, criar uma infraestrutura com condições de acolhimento e conforto”.
“Não é só a questão do equipamento de radioterapia, mas todo um outro conjunto desde salas de espera a salas de tratamento adequadas que é preciso fazer-se e até mesmo de consultas, porque há aqui um problema que tem a ver com o centro de dia oncológico”, disse.
No final de junho do ano passado, o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Tondela-Viseu disse que, se tudo corresse bem, o Centro de Ambulatório e Radioterapia estaria pronto no final de 2023.
“A nossa estimativa é a de que consigamos iniciar as obras no final do primeiro trimestre de 2022”, referiu então Nuno Duarte, acrescentando que, como será “uma obra que vai sempre demorar cerca de um ano e meio”, se tudo correr bem, em dezembro de 2023 deverá estar concluída.
João Dias disse ainda que registou pela positiva o empenho da administração do CHTV para resolver os problemas que o Hospital enfrenta, entre eles a falta de pessoal como médicos de urologia.
USF das Bocas já devia estar aberta, diz deputado
Ainda na região, o deputado do PCP reuniu também com a direção do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Dão Lafões. João Dias mostrou-se preocupado com a nova Unidade de Saúde Familiar da Rua das Bocas, que continua vazia, apesar de as obras estarem prontas há meio ano, por causa da falta de profissionais.
O comunista é da opinião de que o espaço “já deveria estar a funcionar”. “O problema que identificámos foi a possibilidade de se abrir mais uma USF sem se ter mais profissionais”, afirmou.
João Dias manifestou-se preocupado com a retirada de profissionais “de outros centros de saúde, de outras áreas e até de outros concelhos” para permitir a abertura da nova USF. O deputado defendeu que, se isso avançar, os profissionais devem ser substituídos por outros colegas.
“Nesse sentido, o ACES garantiu-nos que está aberto um concerto para admitir mais enfermeiros. No caso dos médicos, o ACES solicitou à tutela mais vagas, mas só foram atribuídas duas e precisavam de, pelo menos, mais cinco”, disse revelando que irá solicitar à ministra da Saúde o reforço do pessoal clínico no ACES.