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O médico de família responde: que sinais não deve ignorar após os 65 anos?

 O médico de família responde: que sinais não deve ignorar após os 65 anos?
23.07.22
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 O médico de família responde: que sinais não deve ignorar após os 65 anos?

Os aspectos e os desafios que o envelhecimento da população envolve são problemas da sociedade em geral e uma preocupação dos profissionais de saúde em particular, o que torna este tema sempre actual, ainda mais aproximando-se o dia mundial dos avós comemorado a 26 de julho.
Durante o envelhecimento, tanto a existência de doenças crónicas – como a diabetes, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, entre outros – como a de estados de debilidade física aguda, por exemplo, após infeção por COVID-19, constituem factores de desequilíbrio com eventual repercussão na qualidade de vida dos séniores. Por isso é determinante a vigilância médica regular das doenças crónicas bem como a adopção de estilos de vida saudáveis de forma a manter uma reserva física funcional que permita uma resposta adequada a um evento desestabilizador (por exemplo uma queda, infecção respiratória, luto, …).
De forma a evitar diagnósticos tardios é muito importante reconhecer sinais e sintomas numa fase inicial das doenças, nomeadamente no respeitante à saúde mental.
O bem-estar psicológico costuma ser negligenciado entre os mais velhos e um dos grandes receios de quem envelhece é a perda gradual de autonomia, que pode, em muitos casos, chegar acompanhada pela demência.
A que sinais e sintomas deve estar alerta?
Classicamente deve estar atento aos 5 A’s que caracterizam esta doença:
Amnésia: perda de memória.
Anomia: incapacidade de lembrar nomes.
Agnosia: incapacidade de reconhecer objetos.
Afasia: incapacidade de se expressar correctamente
Apraxia: incapacidade de usar movimentos que conduzem a um objetivo.
Outro problema muito frequentemente ignorado é a depressão no idoso. Pode surgir de forma inespecífica estando associada a sintomas diferentes e incaracterísticos e por esse motivo é frequente que os idosos e os seus cuidadores não reconheçam estes sintomas como doença, no entanto há que reconhecer alguns sinais mais frequentes de depressão:
alterações rápidas de humor;
tristeza profunda;
choro sem motivo aparente;
queixas de dores pelo corpo ou de cabeça;
desânimo e cansaço generalizado;
Uma relação próxima entre avós e netos está associada a menor risco de depressão para ambos. Alguns estudos vieram comprovar que quando avós e netos passam tempo juntos, a saúde de ambos sai beneficiada. quanto maior for o apoio que os avós dão aos netos, e vice-versa, melhor será a saúde emocional de ambos.
Um conselho final a todos os avós: mantenham-se ativos física e mentalmente de forma a poder acompanhar o crescimento dos vossos netos!

Luís Nogueira, Coordenador de Medicina Geral e Familiar no Hospital CUF Viseu

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