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Um total de 7.517 incêndios rurais foram registados nos primeiros seis meses deste ano em Portugal continental, tendo provocado 58.354 hectares de área ardida, segundo dados do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
O incêndio de Mangualde, ocorrido a 13 de julho, está entre os 20 maiores registados em Portugal neste período e consumiu 459 hectares. Já Cinfães está entre os concelhos com o maior número de ocorrências.
No terceiro relatório provisório sobre incêndios rurais de 2022, o ICNF especifica que do total de área ardida, 28.897 hectares foram de povoamentos, 23.338 de matos e 6.119 de agricultura.
Num anterior documento com dados de 01 de janeiro a 15 de julho indicava-se que tinham deflagrado nesse período 6.164 incêndios, de que resultaram 40.102 hectares de área ardida.
Comparando os valores de 2022 com o histórico dos 10 anos anteriores, o ICNF assinala que se registaram menos 06% de incêndios rurais, mas mais 59% de área ardida, relativamente à média anual.
O ano de 2022, com dados até 31 de julho, apresenta o quinto valor mais elevado em número de incêndios e o terceiro valor mais elevado de área ardida, desde 2012.
O mês de julho é este ano o que apresenta maior número de incêndios rurais, 40% do total, sendo também o mês de mais área ardida, 46.996 hectares, o que representa 81% de toda a área ardida registada este ano.
Os números indicam também que este ano os incêndios com área ardida inferior a um hectare são os mais frequentes (82% do total). Quanto a grandes incêndios, o ICNF dá conta de, até final de julho, 12 incêndios com uma área ardida superior ou igual a 1.000 hectares.
Com uma área ardida igual a superior a 100 hectares, já considerado um grande incêndio, registaram-se 57 casos, que foram responsáveis por 81% do total de área ardida.
Os cinco maiores incêndios deste ano ocorreram todos no mês de julho, sendo o que consumiu mais área foi o que deflagrou no concelho de Murça, Vila Real, a 17 de julho (7.058 hectares). Segue-se o incêndio de Pombal, Leiria, com 5.126 hectares de área ardida (a 08 de julho).
Em terceiro lugar o incêndio de Chaves, Vila Real, de 15 de julho, com 3.368 hectares ardidos, depois Carrazeda de Ansiães, Bragança, a 07 de julho, com 3.330 hectares ardidos, e Ourém, Santarém, também a 07 de julho, que consumiu 2.936 hectares.
Outros dados não diferem grandemente do anterior relatório. No documento agora divulgado as queimas e queimadas continuam a representar a principal origem dos incêndios rurais investigados, 54% do total. Os reacendimentos representam 05% do total de causas apuradas, um valor, diz o ICNF, inferior face à média dos 10 anos anterior 12%).
O incendiarismo, atribuído a imputáveis, representa 18% das causas apuradas.
Numa análise por distritos, o Porto, seguido de Braga e Vila Real, são os que têm maior número de incêndios. Mas o ICNF salienta que nos três os incêndios foram de reduzida dimensão (menos de um hectare). Quanto a área ardida os mais afetados foram Vila Real, com 16.085 hectares, o que corresponde a 28% do total de área ardida, Leiria (15% do total) e Bragança (10%).
E por concelhos os que tiveram mais incêndios rurais até ao final de julho foram os de Penafiel (294), Montalegre (164) e Arcos de Valdevez (136). Em termos de área ardida está Murça em primeiro lugar (4.080 hectares), depois Vila Pouca de Aguiar (3.719) e Chaves (3.654 hectares).
A área ardida dos 20 concelhos mais afetados representa 72% da área total que ardeu, nota o ICNF.
O relatório concluiu ainda que a área ardida deste ano “é consideravelmente inferior à área ardida expectável, tendo em conta a severidade meteorológica verificada”.