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A Câmara de Viseu vai começar a regar espaços verdes com as águas residuais tratadas na estação de tratamento de águas residuais (ETAR) de Viseu Sul. A novidade foi avançada esta quinta-feira pelo presidente da Câmara, Fernando Ruas, na reunião pública do executivo.
Durante a sessão, o autarca garantiu que esta operação deve arrancar rapidamente nas rotundas onde a rega foi cortada por ser usada água da companhia (SMAS).
“Nós queremos águas residuais tratadas e vamos aproveitá-las e é por isso que quero rapidamente que as rotundas em que a água foi desligada comecem a ser regadas com água residual da nossa ETAR, porque tem todas as condições para a água ser aproveitada”, frisou garantindo que a água é segura.
“A água é analisada, tem todas as condições para ser usada e vou reforçar aos serviços que quero a utilização o mais rapidamente possível. Não vale a pena marcar passo nesta situação porque a onda de calor vem aí e já estamos atrasados. E a ordem que dei aos serviços foi para ontem e acho que perceberam bem a mensagem, é para se despacharem. Por mim, se já tivessem os camiões prontos, iam já buscar e andavam na rua”, defendeu Ruas.
Nesse sentido, exortou os serviços municipais a verem “os aspetos legais”, fazendo votos de que não sejam criados “obstáculos internos” a esse aproveitamento das águas residuais.
“Temos água tratada que sai em melhores condições do que a água que está no rio”, frisou o autarca, considerando que, “com um bocadinho de imaginação”, será possível regar as rotundas e espaços verdes que estão a ficar amarelos por falta de água.
Fernando Ruas contou que “duas grandes empresas de um concelho vizinho” já pediram para também usar essas águas na sua laboração, o que poderá vir a acontecer, “desde que sejam sobras” das que são precisas para os jardins de Viseu.
O autarca revelou também que a Câmara vai avançar com uma candidatura para a aquisição de camiões cisternas ao Fundo Ambiental, aproveitando assim a disponibilidade demonstrada pelo secretário de Estado João Paulo Catarino, que esteve em Viseu no final da semana passada.
Mas, para já, disse Ruas, “vamos utilizar alguns meios que temos”. “Temos um pequeno camião, mas não descartamos a hipótese de recorrer à iniciativa privada para ir buscar e termos a água à disposição”, disse.
O presidente da Câmara de Viseu referiu ainda que é preciso controlar as perdas de água, perante a situação de seca. Fernando Ruas deixou também o apelo aos serviços municipais para estarem atentos a este problema.
Fagilde tem água para mais três meses
Quanto à Barragem de Fagilde, o autarca revelou que a albufeira tem água para mais três meses de abastecimento, isto se não chover entretanto.
“Como nos dizem os serviços, a barragem tem três meses a mais do que tinha na situação que atravessou em 2017. Eu fiz as contas, estamos em agosto e, partindo do princípio que chove um bocadinho lá para outubro, dará para setembro, outubro e novembro. Mas era demasiado drástico se não chovesse até lá”, estimou o autarca do PSD, que insistiu na criação de uma nova albufeira na zona.
A Câmara assinou recentemente com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) uma adenda ao protocolo de colaboração técnica para a realização de estudos sobre o futuro da barragem. Com esta assinatura, o financiamento para a realização de um estudo de alternativas à Barragem de Fagilde subiu para os 150 mil euros. Mesmo assim, Fernando Ruas alertou que a nova infraestrutura ainda “não é um dado adquirido”.
“Tanto que, na reunião (da passada sexta-feira), fiz lembrar ao senhor secretário de Estado que, quando o anterior ministro do Ambiente declarou que ia ser feita mais uma barragem, não falou em Fagilde. Nós queremos acreditar que não vai haver problemas”, disse.
Por isso, o autarca revelou que o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, “prometeu que vinha cá no final deste mês e vamos ver se declara sem hesitações, mal o estudo acabe, que iremos proceder à obra”.
Críticas ao Governo por abandonar Pinhosão e Girabolhos
Ainda sobre a água, durante a reunião de Câmara, foram lançadas críticas ao Governo por ter abandonado dois projectos de barragens que iriam servir a região: Pinhosão e Girabolhos. O vice-presidente da autarquia, João Paulo Gouveia, realçou o esforço que os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento têm feito para que a água continue nas torneiras dos viseenses.
“Quero dar os parabéns ao senhor presidente pela pressão que fez junto da APA para que a Câmara se substituísse a ela mesma para continuar com estudos tão importantes, nomeadamente os geológicos, para a construção da nova barragem de Fagilde e é uma pena que o Estado central tenha deitado pelo cano abaixo duas barragens que constavam do Plano Nacional, as do Pinhosão e de Girabolhos”, disse.
João Paulo Gouveia defendeu que os projetos eram estruturais para Viseu, permitindo haver “algum desafogo e, sobretudo, não vetar o crescimento” da região.