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E se 2023 for igual a 2022?

 E se 2023 for igual a 2022?
20.08.22
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 E se 2023 for igual a 2022?

Como estamos bem recordados, 2017 foi um ano traumático. Um incêndio assassino varreu o sul do distrito e uma seca severa esvaziou a barragem de Fagilde que abastece de água Viseu, Mangualde, Penalva do Castelo e Nelas, tendo sido necessário andar a acartar aquele precioso líquido em camiões-cisterna. Para já, mesmo que não chova no Outono, a barragem de Fagilde tem água que assegura o abastecimento até ao final do ano.

As secas são cada vez mais bastas. Jorge Lopes, do Jornal do Centro, andou a pesquisar este assunto e fez um artigo que merece leitura atenta intitulado “Distrito de Viseu em seca severa, há cinco anos a situação era a mesma”. O que ele nos diz é um susto. Desde o início do século, o distrito já esteve nesta situação quatro vezes: em 2005, 2012, 2017 e 2022.

Há mais vagas de calor, há menos chuva. Apesar disso, cinco anos depois do drama dos camiões-cisterna, ainda não há perspectiva nenhuma de futuro. Só temos uma certeza: a barragem de Fagilde é insuficiente.
Soluções, nada. Laracha dos presidentes de câmara e do governo temos tido muita, alguma dela difícil de compreender: numa região que tem duas bacias hidrográficas importantes — a do Mondego e a do Vouga — há quem queira trazer para aqui líquido da Águas do Douro e Paiva, SA.

Há uma semana, o secretário de Estado da Conservação da Natureza e das Florestas, João Paulo Catarino, assegurou-nos que “a Câmara de Viseu e a Agência Portuguesa do Ambiente vão assinar um contrato programa para procurar soluções para aumentar a capacidade da barragem” e que será “uma solução estrutural”. Estamos nisto: ainda hão-de assinar. Um dia destes. Para já, essa assinatura é só para “procurar soluções”.

Se o problema afectasse Lisboa e a sua corte já estava mais do que resolvido. Como é na paisagem, é o que se vê. Continuamos a “marcar passo”.
E se não chove dois anos seguidos?

 E se 2023 for igual a 2022?

Jornal do Centro

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