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Biotecnologia, uma ciência emergente

 Biotecnologia, uma ciência emergente
08.10.22
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 Biotecnologia, uma ciência emergente

Uma das áreas da ciência moderna com maior potencial e que em Portugal começa a apresentar uma evolução significativa é a Biotecnologia. E o que é a Biotecnologia? Serve exatamente para quê? Certamente, qualquer estudante ou profissional da área, já foi confrontado com a questão “Bio-quê!?”.

A biotecnologia é um ramo da biologia avançada que se define pelo conjunto de técnicas, processos e aplicações que envolvem organismos vivos para produzir ou modificar produtos específicos tendo como finalidade a sua comercialização ou melhoramento. No artigo 2º da Convenção da Biodiversidade das ONU, transferido para o Diário da República com Decreto 21/93 de 21 de junho de 1993, encontra-se a seguinte definição:
“«Biotecnologia» significa qualquer aplicação tecnológica que utilize sistemas biológicos, organismos vivos ou seus derivados para a criação ou modificação de produtos ou processos para utilização específica”.

Portanto, a Biotecnologia é uma área de investigação e desenvolvimento de produtos e serviços de valor acrescentado, fazendo a uso da manipulação de organismos para atender às exigências da sociedade. Bens e serviços estes que são aplicados na resolução de problemas da atualidade e nas mais variadas áreas, sendo as mais importantes a Medicina, a Agricultura e o Ambiente, e fazendo uso de disciplinas como genética, biologia molecular e celular, bioquímica, engenharia química e de bioprocessos.
Na medicina, a Biotecnologia concentra-se no diagnóstico e na terapêutica, através da produção de antibióticos, hormonas sintéticas, vitaminas e vacinas, recorrendo ao cultivo de microrganismos. Estes microrganismos são alterados geneticamente com o intuito de produzirem substâncias de interesse farmacológico. A insulina administrada aos diabéticos, por exemplo, é hoje produzida a escala industrial (com baixo custo) pela bactéria E. coli recorrendo a técnicas de engenharia genética enquanto até meados da década de 80 esta era toda extraída e purificada a partir do pâncreas de animais como o porco. A Biotecnologia é frequentemente associada a avanços importantes no tratamento de doenças como Hepatite B, Hepatite C, artrite, hemofilia, esclerose múltipla e doenças cardiovasculares. Outra aplicação na medicina prende-se com a terapia génica e a imunologia. Estas tecnologias podem ser utilizadas para tratar doenças genéticas ou adquiridas como cancro e a SIDA fazendo a substituição dos genes afetados por genes normais.

Na agricultura as aplicações da Biotecnologia passam pela alteração genética de plantas existentes por introdução de material genético de uma espécie noutra, com o intuito de se selecionar determinada característica de interesse. Esta alteração traduz-se na produção de espécies resistentes ao stress ambiental e pragas, no aumento dos valores nutricionais, na redução do uso de fertilizantes e pesticidas altamente tóxicos e poluentes, no aumento do volume das colheitas e em alguns casos do melhoramento do sabor, textura e aparência dos alimentos. Isto prova ser da maior importância na atualidade quando se olha para os problemas de fome existentes nos países do submundo. Os alimentos produzidos com tais técnicas são denominados OGM – Organismos Geneticamente Modificados – que após avaliação de segurança rigorosa, são colocados livremente no mercado, com obrigação da identificação e rotulagem dos mesmos.

Mas a Biotecnologia não fica por aqui (como se isto fosse pouco), há ainda a referir uma importante aplicação a nível ambiental, com o desenvolvimento do processo de biorremediação. A biorremediação consiste na adaptação e utilização de microrganismos em processos de degradação de compostos poluentes. Esta técnica permite recuperar águas e solos contaminados, fazer a limpeza de derramamentos de petróleo ou transformar metais pesados em compostos menos nocivos. Isto é possível devido à enorme capacidade e versatilidade catabólica dos microrganismos para converter ou degradar determinados compostos, já que estes utilizam substratos orgânicos e inorgânicos nas suas vias metabólicas. Como este processo é natural, confere um tratamento adequado e de baixo custo ao tratamento de resíduos contaminantes.

Em suma, a Biotecnologia no decorrer na sua “curta” existência permitiu o aparecimento de uma grande quantidade de produtos e processos de elevado valor. Ela transforma o nosso quotidiano, e tem impacto nos mais variados sectores produtivos, oferecendo oportunidades de emprego e desenvolvimento. Graças a ela hoje contamos com plantas resistentes a doenças, plásticos biodegradáveis, detergentes mais eficientes, biocombustíveis, processos industriais e agrícolas menos poluentes, métodos de biorremediação do meio ambiente e centenas de testes de diagnóstico e novos medicamentos. A Biotecnologia tem o poder de melhorar a saúde humana, a sustentabilidade do meio ambiente e o bem-estar dos consumidores e das comunidades agrícolas do mundo inteiro. Tem o poder de mudar o Mundo.

 Biotecnologia, uma ciência emergente

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