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Resíduos têxteis de empresas de Vouzela vão ganhar nova vida

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 Resíduos têxteis de empresas de Vouzela vão ganhar nova vida
10.11.22
fotografia: Jornal do Centro
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 Resíduos têxteis de empresas de Vouzela vão ganhar nova vida
21.12.24
Fotografia: Jornal do Centro
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 Resíduos têxteis de empresas de Vouzela vão ganhar nova vida

Os resíduos têxteis de duas empresas de Vouzela vão ganhar nova vida no âmbito de um projeto de economia circular, através do qual a Câmara quer criar produtos de ecodesign e proporcionar uma receita extra aos munícipes.

“No setor têxtil, as empresas têm muitos sobrantes, material que, se não fosse reutilizado no âmbito desta iniciativa, teria de ser levado para um aterro ou para incinerar”, explicou o presidente da Câmara de Vouzela, Rui Ladeira.

O autarca disse que, de imediato, começará a formação que permitirá colocar a funcionar uma oficina de costura na comunidade, provisoriamente na Associação Cultural e Recreativa de Cambra (futuramente passará para a antiga escola primária de Cambra, que vai entrar em obras).

Intitulado “by.Vouzela”, este projeto – que foi apresentado publicamente esta quinta-feira – envolve a autarquia, a associação de promoção Vouzelar, a União de Freguesias de Cambra e Carvalhal de Vermilhas, a Associação Cultural e Recreativa de Cambra, as empresas Faurecia e Brintons, a Escola Profissional de Vouzela, a Universidade da Beira Interior e a Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos.

Rui Ladeira explicou que a ideia é “dar uma nova vida aos resíduos que não são utilizados por estas duas indústrias” que estão instaladas no concelho.

“Com isto, queremos fazer um modelo social colaborativo, com matéria-prima e talento local”, criando um negócio com a marca “by.Vouzela”, acrescentou.
Segundo o autarca, este é um projeto “que encaixa na estratégia da sustentabilidade” em que o município está focado.

“Mais importante do que dizer que queremos alinhar nesta estratégia, é ter projetos que venham a cumprir esse desígnio: a reciclagem, o uso e a transformação”, frisou.

Rui Ladeira referiu que qualquer pessoa poderá trabalhar na oficina, desde que integre “um plano de formação, de regras e de boas práticas” e que assuma compromissos, porque o projeto tem associada a marca “by.Vouzela”.

As peças finais, criadas com o apoio de designers, serão depois colocadas à venda, gerando “um complemento financeiro para quem integre este projeto”.

De acordo com o autarca, o objetivo é o de, “com este processo de valorização do produto, criar economia local, colaborativa e social para quem precisa”.

O projeto conta com uma verba de 15 mil euros, resultante dos Prémios Caixa Social 2022, que, no entender de Rui Ladeira, foi já um reconhecimento da sua importância.

Já Leonor Alcoforado, presidente da associação Vouzelar, frisou o facto de o by.Vouzela trazer uma ligação “que seria, à partida, improvável” entre várias entidades e lembrou que o projeto foi um dos 26 selecionados entre cerca de 600 candidaturas ao prémio Caixa Social. “Isto faz-nos acreditar que, provavelmente, é um caminho”, afirmou.

A coordenadora do projeto, Mariana Calaça Baptista, afirmou que o by.Vouzela é o único projeto do género no país e um projeto que quer apostar na economia circular.
“Não é à toa que não existe mais nenhum projeto no país com uma referência a este nível e ele existe em Vouzela. E existe porque as pessoas acreditaram, não só da parte da autarquia e da associação, mas também das pessoas que se motivaram a participar nesta ideia e é por elas que aqui estamos e que nós acreditamos que podemos marcar a diferença”, disse na apresentação.

O projeto nasceu há cerca de um ano. Mariana Baptista referiu que o by.Vouzela visa ser “um projeto de economia circular que utilize ao máximo a matéria-prima até esgotar a sua possibilidade”.

“Queremos aliviar as empresas e contribuir para que esta comunidade possa ter aqui uma forma de maior sustentabilidade das famílias à dimensão que o projeto tem, que implica muita mão-de-obra e muito tempo dedicado às peças que vão ter um preço de mercado posicionado não só pelo valor e pela sustentabilidade associada, mas que possa ser justo para quem nos ajuda nesta viagem”, acrescentou.

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