O Mundial do Qatar começa já este domingo. A Al Rihla, a bola oficial do torneio, começa a rolar quando forem quatro da tarde em Portugal continental. O primeiro jogo vai opor o Qatar, país anfitrião, ao Equador.
32 seleções vão lutar pelo 22º troféu da maior prova de seleções a nível mundial. Portugal entra em campo na primeira jornada do grupo H. Jogo com o Gana marcado para quinta-feira, dia 24 de novembro, às quatro da tarde de Portugal continental.
E para este jogo, Simão Marques, treinador do Penalva do Castelo não prevê a titularidade do conterrâneo António Silva. “Conhecendo o Fernando Santos, acho que vai manter os que lhe têm dado mais garantias. O António foi porque o selecionador sentiu que ele está preparado para se tiver de jogar, dar uma boa resposta”, assinala.
Neste ponto Simão Marques e o selecionador português estão de acordo: ainda é cedo para António Silva entrar no onze inicial. “Estamos a falar de um miúdo, para a posição dele temos gente com bastante experiência e qualidade. Provavelmente não iria pôr. Agora não teria receio nenhum de o colocar porque tem qualidade. Começaria no banco e logo se via”, vinca. “Se fosse um conto de fadas, o António jogava e para ele seria uma maravilha e para nós, como conterrâneos dele, também. Agora, olhando para as coisas de forma muito séria, temos jogadores com outra experiência que, num momento decisivo, partirão à frente dele”, frisa Simão Marques.
Apesar de a titularidade não estar em cima da mesa, o treinador do Penalva do Castelo vê António Silva levar para o grupo de trabalho “irreverência e qualidade de quem tem 19 anos”. “Ele quer mostrar que está pronto e é um jogador que vem sem alguns vícios e isso é sempre bom”, elogia.
O técnico penalvense defende que “Portugal tem uma equipa com qualidade individual e coletiva mais do que suficiente para fazer um bom percurso”. Tudo irá depender, entende Simão Marques, “da forma como enquanto grupo e equipa se organizam”.
Simão Marques vê o primeiro jogo contra o Gana como “fundamental”. E para esse primeiro jogo, o treinador do Penalva avança o seu onze titular. “Diogo Costa na baliza, Cancelo, Rúben Dias, Pepe, Nuno Mendes, William Carvalho, Bernardo Silva, Bruno Fernandes, Otávio, Rafael Leão e eu acredito que jogará o Ronaldo. Se eu o punha no banco, de acordo com o momento de forma dele, provavelmente sim. Agora sei que jogará e, portanto, jogaria na frente com ele”, afirma.
A propósito de qualidade individual, o treinador do Penalva do Castelo, reconhece-a no plantel português, só que, diz, nem sempre vê um bom futebol jogado por Portugal. “Também sou treinador e cada um com a sua, mas, com a qualidade individual que existe, a proposta de jogo deveria ser muito mais ofensiva e dinâmica e não tão na expectativa”.
“Temos jogadores com capacidade para ter muito tempo a bola, para dominar o jogo e não estar à espera de um erro do adversário para fazer um golo. Falamos de jogadores que jogam, quase todos, em equipas que lutam para ser campeãs. Quando jogamos assim [ao ataque], efetivamente jogamos melhor”, defende o treinador do Penalva do Castelo.
Sobre o capitão da seleção nacional, Simão Marques lembra que Ronaldo não fez pré-época e tem menos jogos nas pernas do que a maioria dos companheiros de equipa. Apesar disso, o treinador do Penalva do Castelo vê Cristiano Ronaldo como um jogador valioso e que “quando joga, nalguns momentos específicos acrescenta qualidade”. “Falamos de um Mundial em que o que conta é o momento e Ronaldo tem qualidade suficiente para se superar num momento destes”, prevê.
Vendo qualidade, experiência e capacidade de decisão em Cristiano Ronaldo, Simão Marques entende que é preciso olhar para alternativas. “Ele poderá estar em campo sem ter o rendimento esperado. Não podemos estar reféns de um único jogador e isso por vezes acontece”, reforça. “No primeiro jogo, contra o Gana, colocaria Ronaldo a titular”, reconhece.
Além do Gana, adversário no primeiro jogo, Portugal vai defrontar o Uruguai e a Coreia do Sul em pouco mais de uma semana. Como primeira ambição, defende Simão Marques, Portugal deve encarar passar o grupo como “obrigação”. “Os jogos podem mudar muito, mas acho que somos superiores a qualquer adversário da fase de grupos. E depois depende de quem nos saia e do momento da equipa que nos calhar”, refere.
Os oitavos de final podem levar a jogo grande caso Portugal e Brasil sejam segundo e primeiro dos respetivos grupos. Um encontro Portugal – Brasil logo a abrir a fase a eliminar, caso ambas as seleções lá cheguem, poderia colocar em risco a continuidade de Portugal no Mundial.
“É sempre melhor apanhar as equipas mais fortes no final, mas quem quer chegar longe e ganhar, tem de as apanhar em qualquer fase”, explica. “Ficar em primeiro lugar do grupo seria importante até pelo moral e confiança que acaba por dar aos jogadores para a fase seguinte”, conclui.
Este vai ser o 22º mundial da história do futebol. Só o Brasil marcou presença em todas as edições. Portugal vai para o oitavo mundial. Esteve em 1966,1986, 2002, 2006, 2010, 2014, 2018 e estará agora no Qatar. Eusébio é o melhor marcador de Portugal em Mundiais com nove golos. Se Cristiano Ronaldo marcar neste Mundial, vai passar a ser o único jogador na história a marcar em cinco mundiais. O brasileiro Pelé é o jogador com mais mundiais: venceu a prova em três ocasiões.
