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Um viseense vai correr o deserto do Saara com a bandeira de Viseu na mochila

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 Um viseense vai correr o deserto do Saara com a bandeira de Viseu na mochila
07.01.23
fotografia: Jornal do Centro
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 Um viseense vai correr o deserto do Saara com a bandeira de Viseu na mochila
15.01.25
Fotografia: Jornal do Centro
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 Um viseense vai correr o deserto do Saara com a bandeira de Viseu na mochila

Calor, muito calor e um imenso areal desértico para percorrer. Haverá um viseense a participar numa das provas mais exigentes do mundo. Chama-se Marathon des Sables. A Maratona das Areias, em português, decorre em abril no deserto do Saara. São 250km de uma verdadeira prova de resistência que Nuno Mara da Associação Desportiva Tartarugas e Lebres (ADTL), de Viseu está a preparar ao detalhe.

Enquanto se prepara, numa verdadeira corrida contra o tempo, já que a corrida acontece a 22 de abril, Nuno Mara confessa ao Jornal do Centro que participar nesta prova é “sair da zona de conforto”. “Não me dou bem com o calor. Que melhor zona do que o deserto do Saara. É uma prova lendária, existe há 37 anos”, detalha.

Ali estarão 1256 atletas de todo o mundo. Chegam de 54 países diferentes. De Portugal participam sete atletas, duas mulheres e cinco homens. Nuno Mara é um deles. Além de Portugal, assegura, terá Viseu no coração. “Vou levar a bandeira de Portugal e do município de Viseu”, confessa.

Na mochila, além de memórias e saudade de família e amigos, que não poderá contactar durante os seis dias de prova, Nuno Mata explica que terá de transportar tudo o que quiser beber e comer durante cada etapa.

“Há um controlo diário e temos uma check-list a cumprir. Na mochila temos de levar uma bomba de extração de veneno por causa das serpentes e escorpiões. É obrigatório também levar o mínimo de duas mil calorias diárias. Vão fazer um controlo exaustivo porque querem garantir a segurança em primeiro lugar e que toda a gente esteja minimamente preparada para cada etapa”, detalha. De tal forma que, para participar, cada corredor terá de entregar uma declaração passada por um cardiologista.

A propósito de saudades, a família de Nuno Mara está apreensiva com tudo o que se irá passar durante a ‘maratona da resistência’. “A minha família lida mal com estas corridas. (risos). A melhor reação foi da minha filha de 13 anos. Disse-me: “pai, não vais chegar inteiro a casa” (risos). Está muito preocupada. Mas estão a gerir bem, pouco a pouco… Vou-lhes mostrando alguns vídeos, não dos mais violentos… Vou mostrando os momentos de convívio entre os atletas, os acampamentos… Faz parte de um processo… Estão pouco a pouco convencidos, mas estarão sempre preocupados, como é normal, faz parte”, revela.

Nuno Mara estará proibido de contactar familiares e amigos durante esta prova. “Só ao chegar e no final. Durante, não. Primeiro, a rede, não existe. Através da página do evento, com o número do dorsal, podem ir vendo o tempo que tenho de prova. A família ficará incontactável. O contacto do falar, da mensagem está fora de questão. Até regressar, seis dias depois”, afirma. “É considerada uma das provas mais exigentes do planeta. Não há muitas como esta. Tenho de levar tudo às costas”, sustenta.

Além de nada saber dos familiares e amigos, nem eles de si, durante os dias de prova, Nuno Mara também não vai ter acesso ao percurso até chegar a Marrocos. “Dão-nos um roadbook com o mapa de cada percurso. O GPS não é autorizado, tem de levar-se uma bússola. Faz parte do equipamento obrigatório”, esclarece.

A cada frase de Nuno, a prova vai ganhando mais e mais contornos peculiares. Além de não poder contactar ninguém e de não saber o percurso até chegar a Marrocos, cada atleta tem de ter atenção aos camelos que vão partir diariamente, junto dos atletas. “No início de cada etapa há um conjunto de camelos que arrancam atrás do último atleta. Se esses animais ultrapassam um atleta, esse corredor está desclassificado também. É uma curiosidade”, aponta.

Por isso, confessa entre gargalhadas, o foco é só um. “O meu objetivo sinceramente é não perder o contacto com as pessoas que vão à frente”. Há, todavia, uma salvaguarda que, no entanto, se reveste de um tom dramático. “Vamos estar equipados com o chamado botão de pânico. Ao carregarmos alguém nos vem buscar, seja de helicóptero ou de jipe. Ao carregar nesse botão, estou desclassificado da prova”, enfatiza.

Apesar de sentir que a preparação está a ser feita ao detalhe e que já participou em algumas provas que também exigiram esforço físico, Nuno Mara não esconde que desta vez haverá mais trabalho pré-corrida. “Estou na fase de me preparar para as altas temperaturas. Não é fácil, estamos em janeiro. Tenho feito sauna e faço bastante exercício na sauna, ou em casa com o ar condicionado ligado”, revela.

Por causa do clima, o atleta entende que os marroquinos partem com alguma vantagem. “Porque é que acha que a seleção marroquina foi tão longe no Mundial? Geneticamente estão preparados para o clima. Eles aguentavam muito mais a nível cardio do que as restantes equipas. Não foi só pelo bom futebol que praticaram”, conclui.

O clima é obstáculo, mas há outro fator que ajuda a tornar a prova ainda mais desafiadora. “Vou fazer reforço muscular para ter alguma precaução no amortecimento na areia. Vou fazer longas distâncias em areia. Vou fazer Praia de Mira – Praia de Barra para preparar o corpo”, prevê. “Se fosse fácil, qual seria a piada? A ideia é sair da zona de conforto e espero que seja uma aventura para a vida”, sublinha.

A corrida, que hoje Nuno considera “uma paixão”, entrou na rotina do atleta há muito pouco tempo. E tudo começou por uma questão de saúde. “Estava com excesso de peso e em 2016 decidi fazer alguma coisa. E isto tornou-se um hábito e daí um vício. Não tenho parado desde aí”, recorda. Já fez duas Estradas Nacionais a correr: a 2 e a 16.

Além da vertente física e desportiva, este atleta tem corrido por causas. Desta vez optou pela bandeira animal. “Correr por uma causa é uma motivação para não desistir. Motiva-nos no início da cada etapa, dá-nos força extra”, esclarece.

Para participar nesta prova, Nuno Mara admite ter feito um esforço financeiro. “Não procurei muitos patrocínios, mas não estou fechado a isso. É uma prova que fica relativamente cara. Falamos de 3290 euros de inscrição. O retorno será a gratificação e a medalha do desafio pessoal. O primeiro prémio também não é uma grande quantia de dinheiro”, vinca.

Esta é uma verdadeira corrida contra o tempo. “Costumo dizer que Abril quilómetros mil. Desta vez é no deserto”, diz, em jeito de brincadeira. A prova corre-se a 22 de abril. Seis dias, longe da família, dos amigos, sem os poder ver ou contactar e 250 quilómetros para percorrer num deserto. Sempre com a bandeira de Viseu na mochila.

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