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O Cracks Clube de Lamego queixa-se de ter sido alvo de comentários racistas durante o jogo de sub-16 que opôs a formação lamecense ao Clube Desportivo de Cinfães. O jogo aconteceu no passado domingo (12 fevereiro), no Campo de Treinos do Estádio Municipal Cerveira Pinto, em Cinfães. Os ataques verbais terão sido direcionados a um jogador e praticados por atletas e adeptos da formação cinfanense.
O Cracks Clube de Lamego já avançou com uma participação à Associação de Futebol de Viseu, entidade que tutela a modalidade no distrito de Viseu e à Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência. O Jornal do Centro contactou Marco Rodrigues, presidente do clube, que remeteu explicações para um comunicado publicado na redes sociais.
Na mensagem, o clube “repudia veementemente os atos de racismo perpetrados” contra um atleta, “que foi insultado e molestado durante todo o encontro por adeptos da equipa visitada, pelos adversários”, situação que aconteceu, refere a direção do Cracks, “com a complacência das autoridades presentes e equipa de arbitragem”.
Além da participação que visa a equipa de Cinfães, o emblema de Lamego garante “apresentar às entidades que tutelam a arbitragem uma participação contra o árbitro do encontro, David Augusto, pela passividade perante um crime público que decidiu ignorar e pelo recorrente comportamento acintoso e ofensivo para com os jogadores do Cracks Clube de Lamego que foram injuriados do princípio ao fim pelo referido árbitro”.
O clube reitera no comunicado que “o racismo é um crime público e um comportamento execrável que já deveria ter sido erradicado da sociedade”. E pondera não voltar a jogar em Cinfães, “por não sentir a segurança necessária”.
“Perante a sucessão de ofensas, injúrias à integridade física e atos racistas que são recorrentes naquele recinto desportivo ao longo dos anos, com a passividade das autoridades desportivas e judiciais, o Cracks Clube de Lamego vai ponderar não participar em qualquer jogo que se realize no referido recinto por não sentir a segurança necessária para a prática desportiva”, frisa.
O clube destacou ainda que “não vale tudo para ganhar”. “O racismo é crime público, é um comportamento hediondo e não pode continuar a viver com o silêncio cúmplice de quem tem por missão zelar pelo bem estar dos cidadãos”, concluiu.
Cinfães nega acusações e garante que fará tudo para repor a verdade
Também através das redes sociais, o Clube Desportivo de Cinfães reagiu às acusações. Contactado, o presidente do clube, João Cardoso, remeteu para o comunicado divulgado.
“A palavra racismo deverá ser eliminada da vida em geral e do desporto em particular”, começa por dizer o emblema cinfanense, continuando que “nunca este clube foi acusado nem denegrido seja por quem fosse devido a fenómenos desse calibre”.
O Cinfães refere ainda que “alguns elementos da direção do CD Cinfães, adeptos, pais, encarregados de educação assistiram ao jogo sem nunca terem ouvido ou presenciado qualquer ato referido pelo Cracks Clube de Lamego”.
Já relativamente à equipa de arbitragem, o Cinfães afirma que o adversário “nunca em momento algum” se dirigiu ao banco de suplentes e/ou à GNR presente “para alertar de tais referências, calúnias, insultos e frases de racismo perante qualquer atleta do Cracks Clube de Lamego”.
No final do jogo, acrescentam, “nada foi referido ao nosso delegado pela equipa de arbitragem nem temos conhecimento que a GNR tenha qualquer registo desta natureza”. E que, acrescenta, “caso isso tivesse acontecido em algum momento, a direção do CD Cinfães seria a primeira a condenar tais atos e ofensas já que nunca se reviu nem revê em atos desta natureza, colocando em causa o Desporto e o Futebol”.
A formação lamecense acusa o Cracks Clube de Lamego de “injuriar e denegrir o bom nome” do clube e garante que vai defender-se “nos locais próprios com o suporte e as evidências” que têm ao dispor e que tudo fará “para que a verdade seja reposta”.
O Cinfães termina a dizer que “no futebol de formação, os resultados dos jogos para este clube continuam a ser secundários independentemente do dia e da hora dos jogos, seja em casa ou fora” e que “não vale tudo para ganhar embora tenhamos a certeza que também não vale tudo para esconder maus resultados e frustração desportiva”.