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Quando os moderados, os reformadores, não cumprem o papel que lhes está confiado, os revolucionários, os radicais, encontram nesse incumprimento pasto fértil para que nele medrem as suas fáceis ideias e idílicas propostas.
Naqueles residindo a legítima expectativa da resolução dos seus problemas mais imediatos, quando a dita se frustra, o povo, cansado de tanto esperar e desesperado de tanto confiar, irrita-se, e procura guarida junto de quem diz ouvi-lo, de coração aberto para escutar os seus lamentos, e dar andamento ao seu tropel de angústias.
E sabendo como os extremos se tocam, fácil se torna concluir como é fácil que os protestos se juntem no mesmo objectivo, se bem que apartados os promotores nas suas matrizes.
Se a isto juntarmos a existência de activos movimentos inorgânicos de protesto, vemos como a insatisfação grassa nos mais vulneráveis, atingindo, perigosamente, a classe média, ameaçando o descontrolo da ordem pública.
O descontentamento é geral, por incúria, desleixo, sobranceria, incompetência, de tudo um pouco, por parte de quem manda e decide.
O nó que não se desata, e parece endémico, reside na falta de confiança.
As pessoas, escaldadas com os repetidos incumprimentos ou atrasos, descontentes com as más medidas, fazem ouvidos moucos, não acreditam, apoucam os decisores, e encontram aconchego em quem, aproveitando a desilusão, prometem os milagres por acontecer.
Pior não há-de ser, assim ajuízam.
Por tudo isto, os partidos anti-sistema vão ganhando volume na proporção directa do esvaziamento dos partidos de sempre, comprometidos com os sucessivos erros e com os crónicos falhanços.
Não tarda, teremos por cá o espelho do que se passa em Espanha, França e Itália, com os senhores Santiago Abascal e Jordan Bardella, e a senhora Giorgia Melonie, a ganharem músculo, entre outros mais.
E pelas mesmas razões: a classe política enredou-se numa teia, num labirinto de opções, que não há meio de resolverem os problemas estruturais da sociedade, a pobreza, o desemprego, a dívida, o défice, a corrupção, os estrangulamentos na justiça, na educação e na saúde, uma economia assente em baixos salários, em empresas pouco competitivas, com baixos níveis de produtividade, e de onde não encontram uma saída limpa.
Parece-me saudável e sensato admitir-se que estes modelos e os seus protagonistas estão esgotados. Tiveram um tempo, meio século, para mostrarem o que valem e do que são capazes. Não souberam aproveitar.
Mudemos, é urgente mudar, mas torçamos todos para que as malhas dos extremismos não nos toquem, cerceando-nos a liberdade.
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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