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Centenas de pessoas já subscreveram o abaixo-assinado em defesa da saúde que foi distribuído nos concelhos de Mangualde, Penalva do Castelo, Sátão e Vila Nova de Paiva, pelas Comissões de Utentes dos Serviços Públicos de Saúde.
O documento exige o normal funcionamento dos centros de saúde daqueles concelhos e pedem esclarecimentos por várias garantias dadas pelo Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) Dão Lafões e pela Administração Regional de Saúde do Centro não estarem a ser cumpridas, nomeadamente que “nenhum médico ou enfermeiro seria autorizado a sair, a menos que estivesse garantida a sua substituição” e que “estaria fora de causa alterar os horários das urgências”.
Segundo as comissões, “continuamos a ter utentes sem médico e enfermeiros de família, o horário de atendimento foi reduzido e o Serviço de Atendimento Complementar foi extinto”.
Os responsáveis vão mais longe e explicam o que está a acontecer em cada um do concelho. “Em Mangualde e no Sátão aos sábados e domingos só há atendimento até às 14h00. Em Penalva do Castelo e Vila Nova de Paiva pura e simplesmente não existe. Em Mangualde, apesar das promessas e juras nas últimas eleições autárquicas em 2021, o Serviço de Atendimento Complementar não foi reposto. E, nos quatro concelhos os centros de saúde estão encerrados aos feriados”, referem.
Ao Jornal do Centro, os representantes das comissões referem que o abaixo-assinado está a ser bem recebido, apesar de “correr a diferentes velocidades em cada um dos concelhos”, e que têm sido várias as reclamações dos subscritores relativamente ao estado da saúde nos seus municípios.
“O que temos notado é que as pessoas querem subscrever, o que demonstra que estão altamente sensibilizadas com esta situação, porque sentem na pele. O que mais destacam é o facto de não percebem porque é que a saúde está de férias aos fins de semana e feriados. Por exemplo, este ano vamos ter três ou quatro pontes entre sexta e segunda-feira, o que significa que há pessoas que podem ficar três dias seguidos sem médicos. Além de que, se as estas unidades funcionassem aos fins de semana, as consultas, por exemplo, podiam ser distribuídas também nesses dias”, referem.
Os representantes falam ainda nas “falsas urgências” no hospital de Viseu que muitas vezes existem devido à falta de resposta dos cuidados primários.
“As pessoas têm a perceção que há problemas que podiam ser resolvidos no centro de saúde se estivesse aberto e acabam por ir para as urgências do hospital de Viseu e ficam horas e horas à espera. Os cuidados primários são cuidados primários, os hospitais não são para esses fins, mas para muitos utentes não há alternativa. Por exemplo, em Vila Nova de Paiva as pessoas optam por ir ao Serviço de Urgência Básico (SUB) de Moimenta da Beira, mas acabam a pagar mais de 14 euros”, contam.
Também os “atrasos nas consultas e prescrição de receitas” está a preocupar os utentes. “Falaram-nos ainda dos atrasos nas consultas, nas receitas. Muitos doentes crónicos chamaram a atenção para isso, porque não podem estar muito tempo sem medicação e até para contactar os centros de saúde têm dificuldades”, sublinham.
Quanto ao abaixo-assinado, que foram espalhados por juntas de freguesia, cafés, farmácias e outros espaços, “a ideia é se entregue logo a seguir à Páscoa”. “Até porque, é uma altura em que há muitos emigrantes naqueles concelhos e temos a experiência da altura do Carnaval que várias pessoas queriam assinar”, referem.
O documento, que esperam que seja “assinado por milhares e milhares de pessoas”, será remetido à diretora executiva do ACeS Dão Lafões, ao primeiro ministro, ao Presidente da República e aos grupos com assento parlamentar na Assembleia da República.