A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
A Farmácia Grão Vasco procura estar perto da comunidade e atenta às…
O ano passa a correr e já estamos no Natal. Cada mês…
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Jorge Marques
por
Vitor Santos
Os 15 detidos durante a megaoperação da GNR, por causa de roubos a casas e lojas, vão voltar ao tribunal de Viseu esta sexta-feira. Hoje o dia está guardado para análise do processo e alegações dos advogados, confirmou ao Jornal do Centro fonte das autoridades.
Ontem, os arguidos, 11 homens e quatro mulheres entre os 22 e 56 anos, foram alvo de identificação perante o juiz de instrução, no âmbito do primeiro interrogatório judicial e terão decidido não falar sobre os factos. Amanhã voltam a ser presentes no tribunal para leitura das medidas de coação.
Os detidos integram uma rede que se dedicava ao furto a habitações e espaços comerciais. Tudo começou há um ano quando três habitações nos concelhos de São Pedro do Sul e Castro Daire foram assaltadas. Os proprietários apresentaram queixa e a GNR desenvolveu um conjunto de diligências que culminaram esta terça-feira (23 de maio) com a detenção de 15 pessoas e a constituição de 29 arguidos.
O processo teve início em Viseu, mas no decorrer da investigação as autoridades perceberam que se tratava de uma rede que atuava em vários pontos do país e que além de casas assaltava lojas. Ao todo, o grupo fez 57 furtos a residências e 94 a estabelecimentos comerciais, em 15 distritos.
“Os proprietários apresentaram queixa, iniciamos um processo e percebemos que tinham ‘modus operandi’ (modo de atuação) idênticos. Viemos a perceber que havia mais situações, que estariam interligados e que os furtos eram feitos pelas mesmas pessoas”, explicou aos jornalistas o tenente-coronel Adriano Resende, da GNR de Viseu.
No caso das habitações, os suspeitos roubava, sobretudo, “ouro, dinheiro, relógios, bijuteria e artefactos que fossem fáceis de revender”. Para poderem levar a cabo o assalto, “rondavam as casas, principalmente as mais isolados, de modo a perceber se não estava ninguém no interior e pudessem introduzir-se na habitação e furtar o que fosse possível”, destaca o militar.
Os assaltos nas casas eram normalmente feitos durante o dia, quando os proprietários se ausentavam para trabalhar. Não há registo de violência, além de “um caso ou outro em que os suspeitos foram surpreendidos por pessoas quando saiam das casas. Ameaçavam para conseguirem sair, mas sem violência”, acrescenta.
Nos estabelecimentos comerciais “acabavam por se introduzir e furtar artigos de uma forma dissimulada, no corpo ou com sacos que não detetassem os alarmes”. Eram, sobretudo, estabelecimentos de roupa, roupa desportiva, malas ou distribuição alimentar.
A rede estava dividida entre os que se dedicavam aos assaltos e os que vendiam os artigos, quer em vendas online, lojas ou em estabelecimentos de restauração. “Trata-se de um conjunto de 30 pessoas, uns com missões de executar os furtos, outros para receber e introduzir no mercado”, frisou o tenente-coronel Adriano Resende.
Dado o grande volume de objetos recuperados, a GNR pede que “todos os lesados reclamem os objetos furtados para que possam ser entregues aos proprietários”.
Segundo a autoridade, a operação culminou com o cumprimento de 18 mandados de busca domiciliária e 17 mandados de busca não domiciliária, tendo sido apreendido o seguinte material: Três veículos de alta cilindrada; 1,2 quilos de ouro em penhor; 1,1 quilos de ouro vivo, ainda não contabilizado totalmente; dois fornos destinados à fundição do ouro, bem como, balanças e reagentes; centenas de peças de roupa de várias marcas conceituadas; 32 relógios de várias marcas conceituadas, pulseiras, brincos, anéis; 52 equipamentos informáticos e eletrónicos; uma espingarda caçadeira calibre 12; uma arma de ar comprimido; uma réplica de arma de fogo; 29 munições de calibre 6,35mm, uma munição de 9 mm e três cartuchos calibre 12; cerca de 40 doses de haxixe; 35 150 euros em numerário e duas notas falsas de 50 euros.
Ao todo, na operação policial desencadeada pelo Núcleo de Investigação Criminal do destacamento territorial de Viseu foram detidos 11 homens e quatro mulheres, entre os 22 e 56 anos, e constituídos arguidos sete homens e sete mulheres, entre 36 e os 85.
A mega-operação, na sequência de uma investigação por furto em residências, estabelecimentos comerciais, furto de veículos, posse ilegal de arma, recetação, falsificação de documentos, ofensas à integridade física, burla, tráfico de armas e tráfico de estupefacientes, aconteceu nos concelhos de Gondomar, Maia, Matosinhos, Paços de Ferreira, Penafiel, Porto, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia.
A operação envolveu que envolveu cerca de 300 operacionais, contou com o apoio da estrutura de investigação criminal dos Comandos Territoriais de Aveiro, Braga, Bragança, Coimbra, Porto, Viana do Castelo, com o reforço da Unidade de Intervenção, através do Grupo de Intervenção de Operações Especiais (GIOE) e do Grupo de Intervenção de Ordem Pública (GIOP), das Secções Cinotécnicas e do Pelotão de Intervenção Rápida, do Destacamento de Intervenção do Porto e de Aveiro e com a colaboração da Polícia de Segurança Pública, através do Comando Metropolitano do Porto e da Unidade Especial de Polícia, Autoridade Tributária e Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Matosinhos, Paços de Ferreira e Vila Nova de Gaia.