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Depois de uma semana conturbada em que a Direção do Académico de Viseu publicou um comunicado no Facebook onde anunciou a destituição da Comissão responsável pela Secção de Andebol do clube, e onde mencionou a não inscrição da equipa sénior masculina na segunda divisão nacional, o antigo treinador lamentou profundamente o fim da equipa orientada por si durante sete anos.
“Apesar de o meu futuro não passar por Viseu, lamento profundamente que a equipa sénior do Académico de Viseu deixe de existir”, começou por dizer o antigo técnico academista ao Jornal do Centro. “Ninguém sai ileso desta situação, e quem perde, na minha opinião, é a cidade. É sem dúvida a cidade porque no próximo ano, em 2024, Viseu vai ser a Cidade Europeia do Desporto, e este ano calhou de duas equipas seniores desistirem”, continuou Rafael Ribeiro, referindo-se Direção do Académico de Viseu destitui responsáveis pelo andebol, mas também à Academia de Andebol de São Pedro do Sul. No caso do clube sampedrense, contudo, o término da equipa sénior masculina irá permitir um maior investimento na equipa feminina, que se qualificou este ano, na primeira divisão, para disputar as competições europeias na próxima época.
A temporada de 2023/2024 irá ver acrescentada uma nova divisão de andebol – a divisão de honra – entre a primeira e a segunda divisões, esta última que na prática corresponderá a um terceiro escalão. Para Rafael Ribeiro, o aumento da competitividade com esta nova divisão, aliado a fatores como o facto de o Académico ter sido na época transata a única equipa do interior na primeira divisão, não lhe deixam dúvidas: o Académico “nunca mais vai chegar ao patamar que chegou”.
“Eu acho que Viseu nunca mais vai ter uma equipa na primeira divisão masculina, mas neste caso estou a falar de Viseu. Lamego está a continuar o seu caminho assim como o Tarouca, mas isso são outras coisas”, esclareceu.
Em relação ao fim da equipa sénior do Académico, o antigo treinador colocou pesos nos dois pratos da balança, e apontou falhas tanto de um lado como do outro. “Ninguém fica ileso, todos no andebol têm culpa, eu próprio também de alguma forma devo ter culpa, nestes momentos não há ninguém que não tenha culpa.
Do lado da antiga Comissão responsável pela Secção de Andebol, Rafael Ribeiro apontou falhas na organização. “Provavelmente a equipa não avançou porque o Académico de Viseu Andebol não sabia, até ao dia em que se tinha de dar uma resposta, qual era o orçamento, e estamos a falar de uma divisão de honra que irá ser bastante competitiva”, explicou o técnico de andebol. O outro lado da balança, contudo, também não saiu ileso na opinião de Rafael Ribeiro, que acredita que Viseu não soube aproveitar claramente o facto de ter tido uma equipa na primeira divisão. “Eu acho que quem não está por dentro do andebol não tem noção. É fácil criticar e falar dos resultados, mas as pessoas não têm noção do que nós passámos, das dificuldades financeiras que vivemos.”
De acordo com o antigo técnico academista, durante a época passada, e ao todo seis vezes por semana, um carro vinha para Viseu e regressava ao Porto para que alguns dos atletas da equipa pudessem treinar e jogar, “senão não tinha atletas”. “Ainda nós com estas limitações conseguimos ficar em 12º lugar, e não descer diretamente. Se fosse um campeonato normal não descíamos”, afirmou Rafael, referindo-se ao facto de este ano terem descido quatro equipas e não apenas duas como nos anos anteriores.
Em relação ao atual presidente do Académico de Viseu, Rafael Ribeiro lamenta nunca ter conhecido pessoalmente o dirigente máximo do clube. “Nunca ninguém do clube foi ao andebol, nunca. Eu nem sei que é o presidente, ele nunca foi conhecer os atletas de andebol, e isso também demonstra, na minha opinião, algum desinteresse pela modalidade”, concluiu.
O Jornal do Centro tentou contactar a Direção do Académico de Viseu e a antiga Comissão responsável pela Secção de Andebol, mas depois de várias tentativas não obteve resposta.