A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões de 2025 para os…
No terceiro episódio do programa “Bem-Vindo a”, tivemos o prazer de conversar…
por
Jorge Marques
por
Pedro Baila Antunes
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
Porque nem só de música vive o festival Tom de Festa, “Viveiro”, “Artes de um andarilho” e “Haverá um lugar” são as três exposições que podem ser vistas na ACERT, em Tondela, durante o evento que termina este sábado (15 de julho). Cartazes, pósteres ou ilustrações, peças feitas em barro negro de Molelos ou a vida e obra de António Quadros são as propostas.
Uma das exposições tem a assinatura de um artista natural do Caramulo. São dezenas de trabalhos gráficos de João Maio Pinto que em “Viveiro” nos leva numa verdadeira viagem ao trabalho do artista.
“Quem visitar a exposição vai ver um conjunto de trabalhos que fiz ao longo dos anos. Apesar de parecer uma exposição antológica, não é exatamente isso. É como quem vai a casa de alguém e esse alguém povoou a casa de recordações, de materiais que lhe dizem muito e outros nem tanto. Tenho desde posters a trabalhos que fiz para eventos, pessoas ou para projetos, e tenho também trabalhos do caderno de apontamentos. Todos colocados mais ou menos na mesma escala e de forma a que as pessoas cheguem à exposição e construam a sua própria narrativa”, conta João Maio Pinto.
A viver há 20 anos em Lisboa, esta é a estreia do artista na ACERT, onde chegou a fazer teatro. Agora, regressa com uma exposição onde se destacam figuras como José Saramago, Fernando Pessoa, bandas ou até um cartaz de um festival.
“Nasci no Caramulo, estudei em Viseu e felizmente é um sítio onde chego e a familiaridade é total. Os anos passam, muito se alterou, mas o sentimento de pertença é imediato. Os cheiros, as pessoas, é bom revisitar gente que conheço há muitos anos. É bom vir ao ACERT, uma casa que me acolheu há muitos anos e onde fiz teatro. É quase um movimento de reciprocidade, tudo aquilo que me foi dado nesta terra, pelas pessoas, pela própria ACERT, eu trago também um pouco de mim e espero que, de alguma forma, isso seja um movimento positivo e também enriqueça as pessoas”, destaca.
E se os trabalhos foram sendo feitos ao longo dos anos, a maioria para projetos, instituições, organismos e iniciativas bem longe da região de Viseu, a verdade é que o nome da exposição não poderia ter mais a ver com o concelho de onde João Maio Pinto é natural.
“Quando o Zé [Rui] me perguntou se eu queria colocar um tema na exposição, lembrei-me que gostava de ter alguma coisa que tivesse uma pequena narrativa minha, que fosse ligada ao local. E o local que elegi era um sítio que ficava muito perto da casa onde vivi no Caramulo, que hoje é chamada de Mata dos Viveiros, mas que toda a gente chamava de Viveiro. E era um espaço mitológico para mim, tinha que atravessar uma floresta, era perigoso, sinistro, obscuro, metia medo. E foi daí que parti, porque a minha exposição também serão as coisas a brotarem umas das outras, a ideia de um viveiro”, conta.
Outra das exposições, que estão junto ao bar da ACERT, é Soenga, Molelos, António Quadros e um dos momentos ‘mais fortes’ do Tom de Festa, em Tondela. A mostra reúne 30 peças de 30 artesãos feitas em barro negro de Molelos e produzidas durante os primeiros dias do festival. Os ceramistas têm origem nas cidades integrantes da Associação Portuguesa de Cidades e Vilas de Cerâmica e não só.
As peças foram inspiradas na obra de António Quadros, artista natural de Santiago de Besteiros, no concelho de Tondela e que vai percorrer as cidades cerâmicas. As peças vai ainda passar por encontros nacionais e internacionais.
A terceira exposição foi criada pela ACERT, há vários anos. “Haverá um lugar” é uma exposição biográfica sobre António Quadros, figura que serviu de mote para a edição deste ano do festival de músicas do mundo.
O Tom de Festa arrancou esta quarta-feira (12 de julho) e depois da Soenga e do convívio comunitário no Parque das Raposeiras, aconteceu a magia do duo catalão Flotados, um espetáculo cénico que teve o céu de Molelos e o fumo da soenga como cenário. Pelo palco do festival já passaram Sona Jobarteh, música da Gâmbia, e a portuguesa Da Chick.
Esta sexta-feira (14 de julho), o programa começa com o coletivo De Mar a Mar (21h30), seguido da fadista Carminho (22h30), o chileno Calle Mambo (23h50), Fra! (00h30) e a tondelense Francisca Urbano (01h00).
O último dia de Tom de Festa terá as atuações de Amélia Muge e um grupo de artistas em homenagem a António Quadros, Rajery.