No terceiro episódio do programa “Bem-Vindo a”, tivemos o prazer de conversar…
São mais de 100 presépios, de diferentes tamanhos e construídos ao longo…
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Teresa Machado
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Isalita Pereira
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Joaquim Alexandre Rodrigues
No mundo da investigação médica, poucas áreas terão captado tanto a atenção dos cientistas e do público como a tecnologia das células estaminais. Estas células minúsculas e versáteis possuem a capacidade notável de se transformarem em vários tipos de células e tecidos, abrindo caminho para avanços inovadores nos cuidados de saúde. Embora a investigação com células estaminais tenha gerado tanto entusiasmo como controvérsia, é indubitável o incrível potencial que estas células têm para transformar vidas humanas.
Uma das aplicações mais promissoras das células estaminais é a medicina regenerativa. Estas podem ser utilizadas para reparar ou substituir tecidos e órgãos danificados, estimulando os processos naturais de recuperação do corpo e regenerando os tecidos danificados. Lesões da espinal medula, problemas cardíacos e doenças degenerativas, como Parkinson e Alzheimer, são algumas das doenças potencialmente tratáveis com terapias regenerativas de células estaminais, oferecendo esperança a inúmeros doentes que procuram tratamentos eficazes e uma melhor qualidade de vida.
As células estaminais encontradas na medula óssea têm-se revelado inestimáveis no tratamento de várias doenças do sangue, como a leucemia e o linfoma. O transplante de células estaminais hematopoiéticas, vulgarmente conhecido como transplante de medula óssea, permite que os doentes recebam células estaminais saudáveis, substituindo as células danificadas ou cancerosas e restaurando a sua capacidade de produzir células sanguíneas saudáveis. Este tratamento ajudou a curar doenças sanguíneas potencialmente fatais e representa um avanço significativo na medicina moderna.
Outra aplicação para estas células de enorme potencial é o tratamento de doenças relacionadas com a visão. Por exemplo, na degenerescência macular relacionada com a idade, uma das principais causas de cegueira, as células da retina deterioram-se progressivamente. As terapias com células estaminais são promissoras na substituição destas células danificadas, potencialmente restaurando a visão e transformando as vidas de milhões de pessoas afetadas pela perda de visão.
Em Portugal, tanto o setor público como o privado têm realizado investimentos assinaláveis na promoção e desenvolvimento de investigação clínica relacionada com células estaminais, refletindo um esforço para impulsionar a inovação médica e melhorar a saúde da população. Há já várias empresas de biotecnologia especializadas na criopreservação de células estaminais a partir do cordão umbilical. Estas células são armazenadas por longos períodos a uma temperatura de -196 °C, de forma a estarem disponíveis a qualquer momento, para um eventual tratamento. No domínio público, o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) dispõe também de um Banco Público de Células do Cordão Umbilical que se dedica a garantir um sistema nacional de colheita via doação, processamento, criopreservação e distribuição de células de sangue de cordão umbilical. Estas células são depois colocadas à disposição de todos os cidadãos para a realização de transplante no tratamento de doenças hematológicas, imunológicas ou outras.
A tecnologia das células estaminais representa um avanço científico com profundas implicações para a medicina e a saúde humana. As aplicações aqui mencionadas são apenas a ponta do icebergue, uma vez que a investigação em curso continua a revelar novas possibilidades de utilização destas células extraordinárias. No entanto, é essencial avançar com um otimismo cauteloso, assegurando que as considerações éticas e os quadros regulamentares permanecem na vanguarda deste campo inovador.
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Teresa Machado
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Isalita Pereira
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Jorge Marques
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Vitor Santos