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O presidente cessante da Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, destacou a consolidação da marca “Centro de Portugal” como um dos legados dos seus mandatos.
“Tem sido, quer público, quer em muitos fóruns reconhecido, aquilo que foi o trabalho que fizemos de construção e consolidação da marca ‘Centro de Portugal’. (…) Foi, essencialmente, um trabalho de sermos capazes de agregar”, afirmou à agência Lusa Pedro Machado, adiantando que foi possível construir uma marca somando os ativos da região, “nunca dividindo, nunca diminuindo” as submarcas.
Segundo Pedro Machado, a consolidação resulta “da fusão de várias marcas”, que “não extinguiu, antes pelo contrário”.
“A marca ‘Centro de Portugal’ é um agregador. Ela tira partido desta diversidade”, declarou, exemplificando com a serra da Estrela, as regiões de Aveiro, Coimbra, Viseu-Lafões, Leiria, Fátima, Oeste, Beira Baixa ou Beira Interior, e admitindo que “talvez tenha sido esse o maior sucesso”.
O presidente desta entidade regional de turismo cessa hoje funções, 17 anos após ter tomado posse pela primeira vez, precisamente em 01 de setembro de 2006. Reeleito em 2008, 2013 e 2018, Pedro Machado estava impedido de nova candidatura devido à limitação de mandatos.
Neste período, “há pelo menos três alterações profundas, desde logo na estrutura da Turismo do Centro de Portugal”, lembrou. Vinte e quatro municípios em 2006, depois 57 e 100 municípios em 2013, “a atual configuração do Centro de Portugal, que agrega 10 ex-regiões de turismo e quatro ex-juntas de turismo”, esclareceu, realçando que hoje a diversidade do território “é muito diferente”.
Pedro Machado recuou de novo a 2006 para recordar que à data a Região Centro “não tinha mais de 2,3 [ou] 2,4 milhões de dormidas”, sendo que, atualmente, tem “mais de 7,1 milhões de dormidas” e “uma palete de 22 produtos” turísticos contra os 10 do passado.
Neste percurso, “os períodos mais difíceis coincidem com os incêndios de 2017”, registando-se “um rombo muito forte” na capacidade de comunicar a marca Centro de Portugal.
Nesse ano, em junho, os incêndios que deflagraram em Pedrógão Grande e que alastraram a concelhos vizinhos provocaram a morte de 66 pessoas, além de ferimentos a 253 populares, sete dos quais graves. Os fogos destruíram cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.
Em outubro, também na região Centro, novos incêndios provocaram 49 mortos e cerca de 70 feridos, registando-se ainda a destruição, total ou parcial, de cerca de 1.500 casas e mais de 500 empresas.
“Na altura, sobretudo na imprensa internacional, era Portugal que estava a arder e era a marca ‘Centro’ que estava, claramente, no epicentro desse episódio que todos lamentamos”, assinalou.
Em 2018, ocorreu a tempestade Leslie e, no ano passado, novamente fogos. Pelo meio, ainda a pandemia de covid-19.
“Portanto, estes são claramente – 2017, 2018, 2020, 2021 e 2022 – os anos mais difíceis que tivemos de enfrentar”, reconheceu, para realçar que a adversidade se transformou em oportunidade em 2017, com a campanha “Visitar e ficar é ajudar”, que obteve reconhecimento internacional.
Sobre o fim deste percurso na Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal, Pedro Machado disse não ter pena, notando “é uma página que se vira, um ciclo que termina”, e lembrando que vai ser presidente da mesa da assembleia geral deste organismo.
Pedro Machado, que está a meio do mandato, vai também assumir a presidência da Agência de Promoção Turística Centro de Portugal (dedicada à promoção internacional da marca) e a docência universitária.
Sobre um eventual regresso à política – foi candidato à Câmara da Figueira da Foz nas eleições autárquicas em 2021 -, o presidente cessante assegurou que esse é um “livro que está bem fechado”.
A tomada de posse dos novos órgãos sociais da Turismo Centro de Portugal está agendada para as 11h30 de sexta-feira, no Convento de São Francisco, em Coimbra. Raul Almeida, ex-presidente da Câmara de Mira, é o novo presidente.
Ao sucessor e a toda a sua equipa, Pedro Machado deseja as maiores felicidades, considerando que Raul Almeida “tem para já três grandes pilares fundamentais”, uma marca “construída e consolidada” que lhe vai permitir relançá-la “para novas ambições”, uma equipa extraordinária e um tecido económico revigorado que, como os municípios, olham para o turismo de forma “muito diferente” do que era há 17 anos.