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Num mundo onde as nossas escolhas moldam o futuro, adotar hábitos alimentares sustentáveis e económicos torna-se uma prática relevante que pode causar impacto positivo.
De acordo com os resultados de uma sondagem feita pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop), da Universidade Católica, sobre o “estado do país e condições de vida”, publicado no jornal “Publico” a 23 de fevereiro, a inflação e o custo de vida foram identificados como os principais problemas sociais neste momento. Como é referido nesta sondagem, a conjuntura mais adversa levou a mudanças nos hábitos de consumo dos portugueses e aumentou a compra de produtos de marca própria dos supermercados, a chamadas “marcas brancas”. Com a conta do supermercado constantemente a aumentar, é importante o acesso a alimentos mais económicos e ao mesmo tempo mais saudáveis.
Pequenas mudanças nas nossas escolhas alimentares podem fazer a diferença no orçamento familiar e levar a uma vida mais saudável. É possível fazermos ao mesmo tempo uma alimentação económica e sustentável.
A sustentabilidade do planeta é de extrema importância e existem comportamentos de poupança que é urgente adotar:
– O planeamento das refeições diárias / semanais é importante na prevenção do desperdício alimentar, pois as compras e efetuar vão ao encontro apenas das necessidades que temos. Uma gestão mais criteriosa e eficiente do guia alimentar permite fazer melhor gestão dos recursos que utilizamos e dos recursos financeiros ou orçamento disponível para a nossa alimentação. Antes de ir às compras, devemos fazer listas do que necessitamos e respeitá-las rigorosamente; fazer uma leve refeição antes de ir às compras; levar sacos reutilizáveis; comparar os preços e as marcas, por kg e litro; optar por embalagens maiores (desde que não resulte no desperdício); estar atento às promoções (maior poupança) e verificar prazos de validade; tentar levar uma previsão do dinheiro que vai gastar, evitar pagar com cartão e por fim, estar atento aos produtos da época, que normalmente são mais baratos.
– O aumento do consumo de leguminosas, fontes de proteínas vegetais, ajudam a reduzir o consumo de carne e podem ser adquiridas no mercado local ou através de produção própria. Entre as mais conhecidas temos os vários tipos de feijão, grão-de-bico, ervilhas, lentilhas e a soja em grão. Aumentar o consumo de leguminosas também poupa dinheiro e o planeta, pois para o cultivo das mesmas apenas é preciso uma quantidade reduzida de água e de uso de fertilizantes, minimizando assim, entre outras coisas, os danos causados ??pela agricultura intensiva e os riscos de desertificação dos solos.
– Preferir alimentos de origem vegetal em vez de animal, consomem menos recursos. Nas nossas refeições o prato deve conter ¾ de alimento de origem vegetal ou legumes e ¼ de alimentos de origem animal. As leguminosas têm proteínas e são mais económicas do que a carne, por exemplo. Misturar as leguminosas com vegetais coloridos, especiarias e azeite, acompanhadas por arroz, massa ou batata é uma refeição económica e saudável.
– Escolher e consumir legumes e fruta da época é a melhor forma de aproveitar todo o sabor e os benefícios desses alimentos. Outra vantagem: consegue tirar melhor partido da relação entre a qualidade e o preço porque estamos a consumir alimentos que necessitam de menos recursos naturais e energéticos, sendo, por isso, mais sustentáveis. A sazonalidade dos produtos garante que consumimos alimentos frescos e no ponto ideal de maturação. A fruta e os legumes são essenciais numa alimentação saudável. O calendário de frutas e legumes da época indica a altura ideal para saborear cada alimento, conhecemos melhor os nutrientes, a melhor forma de os escolher, conservar e saborear.
– Comer menos quantidade de carne e peixe é económico e também ajuda o planeta. A indústria alimentar a nível mundial é responsável por um terço de todos os gases emitidos pela atividade humana com efeito no aquecimento global, com a produção de carne e de animais para abate a destacar-se por gerar 60% destas emissões nocivas para o clima do planeta – segundo revela um novo estudo, publicado na revista científica “Nature Food”. Não é preciso eliminar a carne, mas sim reduzir e ter um consumo responsável. A carne e o peixe são alimentos importantes porque fornecem proteínas, mas são mais caros e não precisamos de comer nas quantidades que habitualmente comemos. A nossa roda dos alimentos diz que é suficiente comer 135g de carne ou peixe por dia, uma quantidade que cabe na palma da mão. Ao reduzir as quantidades também estaremos a pôr em prática a dieta mediterrânica.
– Olhar para a roda dos alimentos e para a pirâmide de alimentação mediterrânea e ver quais são os alimentos que devemos preferir em detrimentos dos menos essenciais, reduzindo assim o seu consumo.
Atualmente gastamos muito mais recursos do que o planeta nos dá. O planeta não tem capacidade de dar resposta às necessidades da população. Novas projeções de pesquisadores da iniciativa Earth4All para a Global Challenges Foundation indicam que a população global deverá chegar a quase 9 bilhões até meados deste século. Como vamos arranjar alimentos para toda esta população? A alimentação sustentável é o caminho mais viável para atingir os princípios da sustentabilidade. A Dieta Mediterrânica é um dos padrões alimentares mais saudáveis do mundo. Mais do que uma dieta, é um modo de comer e de viver, típico da região do Mediterrâneo, em que se utilizam os produtos frescos, locais e de cada estação. Tem no azeite a sua gordura principal e privilegia o consumo de mais vegetais e de menos proteína animal, mais peixe e menos carne vermelha, mais ervas aromáticas e menos sal, tendo o convívio à volta da mesa como um traço cultural distintivo. Esta dieta apresenta um padrão alimentar com baixo impacto ambiental. A roda dos alimentos e a pirâmide de dieta mediterrânica são ferramentas ótimas e muito interessantes que ajudam a orientar a nossa alimentação numa vertente sustentável e ambiental porque os alimentos são obtidos a partir de recursos e métodos que respeitam o bem-estar animal, ambiental, a sazonalidade e a produção local. Devemos, se possível, adquirir alimentos aos produtores ou produzi-los em casa, através da criação de hortas familiares, a utilização da compostagem. Nesta dieta importa realçar a importância da água para manter o corpo em excelente funcionamento. O nosso corpo é 70% de água, hidratar o corpo é hidratar o cérebro.
Outra forma de garantir uma alimentação económica e sustentável é, para além da mudança de comportamentos e padrões alimentares, mudanças das politicas mundiais, é reduzir o desperdício alimentar e os jovens de hoje, a chamada geração “Z”, são os principais agentes dessa mudança. É importante incutirmos estes princípios de sustentabilidade desde muito cedo, na escola, na família, na sociedade.
O nosso padrão alimentar é a forma como nos relacionamos com o que comemos. À medida que adotamos comportamentos alimentares saudáveis e sustentáveis, fica ainda mais evidente que as escolhas que fazemos à mesa refletem-se para além da própria refeição. Ao adotarmos o consumo consciente e nutrirmos o nosso corpo e planeta, tornamo-nos gestores do nosso próprio bem-estar e protetores do meio ambiente. Devemos continuar a fazer escolhas conscientes que tornem um futuro mais saudável e sustentável para nós e para as próximas gerações. As visões de sustentabilidade referem que a humanidade deve satisfazer suas necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras de fazer o mesmo, garantindo o progresso social e um aumento na qualidade de vida.
Nós somos parte da natureza. Não podemos existir em ela.
Não existe um planeta B!
Paula Cristina Silva
Enfermeira Especialista SMO
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