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Médio Oriente, o sacrifício dos inocentes

 Médio Oriente, o sacrifício dos inocentes
21.10.23
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 Médio Oriente, o sacrifício dos inocentes

O mundo foi surpreendido pelo ataque do Hamas a Israel. Morreram mais de 1400 pessoas e há um número indeterminado de reféns. As vítimas, jovens que participavam num evento musical e habitantes dos kibutzes fronteiriços, famílias inteiras, foram liminarmente assassinados. Ninguém escapou, nem recém-nascidos, nem crianças. As violações e o regozijo na exibição pública dessas atrocidades calibram bem a selvajaria dos terroristas.
O governo de Benjamin Netanyahu, eivado de profundo radicalismo, tem insistido num nacionalismo medievo e semeado ventos de ódio à mistura com o total incumprimento da lei e das decisões das instâncias internacionais. Manter territórios ocupados ou aumentar ilegitimamente o número de colonatos são meros exemplos do que não deveria acontecer
A violência dura há 75 anos. Desde a declaração de independência do Estado de Israel, em 1948, impulsionada pela comoção mundial resultante do Holocausto, o indizível extermínio nazi de 6 milhões de judeus, há mais do que razões para um diferendo dificilmente resolúvel pela via do diálogo. É, no entanto, a única que pode manter viva a esperança de paz e deve ser prosseguida. Os palestinianos tiveram de ceder – o que nunca aceitaram – uma enorme parte do seu território, quando, com o apoio da ONU, este foi dividido em dois: Estado de Israel e Palestina (Cisjordânia e Faixa de Gaza). A Palestina, tal como existia no final do império Otomano, não voltou a ser a mesma.
Logo a seguir à declaração de independência, Egito, Síria, Jordânia, Iraque, Líbano e Arábia Saudita, desencadearam a “Guerra da Independência” de que resultou a vitória de Israel, o prolongamento das suas fronteiras e a expulsão de quase 800 mil palestinianos, o “êxodo de Nakba”. Este é tão lembrado e temido, hoje, por causa do recente ultimato de Israel aos palestinianos para abandonarem Gaza. Joe Biden sentiu-se na obrigação de dizer que se a intenção de Israel é reocupar Gaza, então estará a cometer um grave erro.
A OLP (Organização para a Libertação da Palestina) é fundada em 1964 e tinha como objetivo criar uma Palestina independente. Continua a violência. Em 1967 ocorreu a “Guerra dos Seis Dias”, com a vitória de Israel e mais ocupações. Em 1973 estalou a “Guerra do Yom Kippur” a que Israel sobrevive com êxito.
A estes períodos conturbados, sucedeu uma bem sucedida diplomacia e, como resultado dos Acordos de Oslo de 1993, foi constituída a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), órgão provisório, que governaria a Faixa de Gaza e a Cisjordânia (Jerusalém excluída).
Depois das eleições palestinianas de 2006 e do conflito interno entre Fatha e Hamas, a ANP viu a sua ação circunscrita à Cisjordânia. O Hamas assumiu Gaza e transformou-se numa força única de poder absoluto.
Neste contexto, a organização terrorista foi materializando a sua “carta de princípios” de 1988. Nela defende a extinção do Estado de Israel e a morte dos judeus. Diz o seu Art.8º: “Alá é a finalidade, o Profeta o modelo a ser seguido, o Alcorão a Constituição, a Jihad é o caminho e a morte por Alá é a sublime aspiração.”
O Hamas não representa todo o povo Palestiniano, nem a Palestina. É uma organização terrorista que encontrou nos contextos acima resumidos e nos radicalismos de direita de Benjamin Netanyahu, do Likud e respetivos “supporters”, um campo fértil para a sua proliferação.
Muito me admira que, mesmo entre nós, pessoas e alguns partidos defendam o Hamas, tentando confundi-lo com o povo palestiniano quando mais não é do que o seu carcereiro. E muito me admira também que as ocupações e novos colonatos mantidas e promovidos ilegalmente por Israel beneficiem sempre de uma cumplicidade internacional que deveria envergonhar, pelo menos, os estados de direito democrático.
Mais uma vez, a hipocrisia de uns e o fanatismo de outros estão a dar lugar ao sacrifício dos inocentes.

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