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O compositor e instrumentista Carlos Peninha apresenta esta sexta-feira o seu mais recente disco, “Tudo Começa Agora”. O concerto decorre no Café com Letras às 21h30.
Este é o quarto trabalho discográfico do músico viseense, e sucede a “Tocar o Chão” (2017), “Pontos de Vista” (2019) e “Dispersos” (2021). A apresentação no Café com Letras será, como explicou o músico ao Jornal do Centro, um showcase. “Irei tocar algumas peças do disco e estou aberto a questões que me possam colocar. Vamos também passar áudio do disco e será uma celebração onde eu toco sozinho e passo umas três ou quatro músicas do disco como aperitivo. No fundo é um preâmbulo”, contou Carlos Peninha.
“Tudo Começa Agora” foi criado durante o período da pandemia da Covid-19. Ao fim de algum tempo a compor várias canções, Carlos Peninha apercebeu-se de uma convergência dos motivos musicais e da existência de uma ligação entre elas. “Naquela altura estava um bocado em choque perante uma situação que veio pôr em causa a própria existência da humanidade. Uma coisa que nós só víamos em filmes estava a acontecer na realidade”, afirmou o músico. “Outra das coisas que já se vem falando há muitos anos é a questão da crise climática e das alterações climáticas. Na sequência desses pensamentos todos, no fundo comecei a pensar em fazer um álbum, em agregar um conjunto de música que pudessem de alguma maneira ter alguma ligação e que pudessem fazer algum sentido.”
“A ideia era fazer algo que fosse um recomeçar e uma mudança de atitude quer em relação à natureza quer a tudo o resto. Recomeçar, mas com novos pressupostos e com uma atitude de consciencialização sobre o que no rodeia, para que não cheguemos a um ponto sem retorno”, contou ainda o músico- O álbum conta com 10 temas, com a composição musical de Carlos Peninha e o arranjo de cordas de Manual Maio. Durante a pandemia, Carlos Peninha aproveitou para criar um disco digital de gravação que estavam já perdidas com o tempo, mas que foram reunidas aquando do álbum “Dispersos”. Além disso, o músico aproveitou este período para realizar emissões online e “compor música sem um objetivo específico”.
Uma mistura de música contemporânea, música do mundo e improvisação, o disco foi criado por um quinteto base. A guitarra elétrica ficou a cargo de Carlos Peninha, ficando Rodrigo Neves encarregue do saxofone alto e soprano. Já a flauta transversal contou com o desempenho de Luísa Vieira, e o contrabaixo foi tocado por Miguel Ângelo. Leandro Leonet, por seu lado, encarregou-se da bateria.
“Este álbum tinha todas as influências, era basicamente um álbum jazzístico. A minha ideia inicial para os temas prendia-se com música de intervenção, mas depois para a temática em si achei que alguns temas podiam levar arranjos de cordas, pelo que convidei o Manuel Maio”, afirmou o compositor de Viseu. Este trabalho sobre os arranjos de cordas foi feito à distância, ainda durante a pandemia. Carlos Peninha tinha já trabalhado com Manuel Maio no seu primeiro disco, pelo que “já sabia o que esperar dele em termos da construção desses arranjos. “Quer queiramos quer não, aquilo que a gente gosta e vai praticando acaba por se refletir no trabalho. As influências, nós não as escolhemos. Elas estão dentro de nós e quanto trabalhamos, elas acabam por se refletir no trabalho.”
Já no caso de Miguel Ângelo, responsável pelo estúdio de gravação, pela captação, mistura, edição e masterização, “é óbvio que também teria uma grande palavra a dizer em todo o trabalho criativo”.
Além dos cinco músicos referidos, participaram no álbum Manuel Maio (violino acústico e elétrico), Vincent Brunel (viola de arco) e Miguel Ángel González (violoncelo). A produção é do próprio Carlos Peninha, com coprodução artística de Manuel Maio e Miguel Ângelo.