A Câmara de Mangualde aprovou o orçamento municipal para 2024, no valor de 32 milhões de euros, anunciou esta segunda-feira a autarquia. O documento contou com as abstenções dos vereadores da oposição PSD-CDS e Chega.
Em comunicado, o executivo presidido por Marco Almeida diz que esta é a primeira vez que o orçamento da Câmara foi aprovado “sem os votos contra” da oposição em nove anos. O valor do orçamento é inferior em comparação com 2023, mas a Câmara assume que as despesas vão aumentar 123 por cento graças à subida das taxas de juro.
O executivo traçou como prioridades as áreas da educação, água, saneamento, resíduos, famílias e ação social, que absorvem a maior fatia das Grandes Opções do Plano.
“A execução do orçamento e Grandes Opções do Plano obriga a rigor e a um compromisso responsável, por forma a garantirmos uma sustentabilidade financeira e superarmos os desafios de um futuro próximo, contribuindo para um concelho mais forte e com maior qualidade de vida”, disse o presidente da Câmara, Marco Almeida.
Só os investimentos nas redes de abastecimento de água, saneamento básico e tratamento de resíduos, nomeadamente a conclusão da Estação de Tratamento de Águas Residuais de Cubos, irão implicar um investimento de cerca de três milhões de euros.
A Câmara de Mangualde também vai investir mais de dois milhões de euros na educação, apostando na recuperação e adaptação de edifícios escolares, apoio ao funcionamento das escolas, planos de combate ao insucesso escolar, prolongamento de apoio letivo às famílias e aos alunos com necessidades educativas especiais e transporte escolar. A reabilitação de estradas municipais vai contar com uma verba superior a um milhão de euros.
Apesar de o orçamento deixar “pouca margem de manobra” para outras obras necessárias em Mangualde, a Câmara teve “o cuidado de prever” vários investimentos apoiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência e pelos fundos comunitários nas Grandes Opções do Plano, referiu Marco Almeida. Entre esses projetos estão investimentos na habitação, regeneração urbana, gestão da água e revitalização e digitalização das empresas, além da construção da zona industrial e central de camionagem.
Marco Almeida também destaca outras obras que constam no orçamento de Mangualde como a reabilitação das piscinas municipais e do centro de saúde local, com o objetivo de garantir maior eficiência energética. “A aposta na eficiência energética nos edifícios públicos irão contribuir para reduzir ainda mais os custos e conseguir dar uma maior qualidade de resposta aos munícipes”, afirmou.
A taxa mínima do IMI nos 0,3 por cento vai continuar no concelho para desagravar as despesas das famílias. “Sabemos que entra menos meio milhão de euros nos cofres do município, mas foi uma opção porque queremos dar mais condições aos munícipes face ao contexto socioeconómico que vivemos”, justificou Marco Almeida.
O autarca espera que, para o próximo orçamento, possa contar com a participação dos vereadores da oposição. “Entendo que devemos ouvir e discutir todos os contributos, em nome do futuro de excelência que pretendemos”, justificou.
O orçamento vai ser votado na próxima Assembleia Municipal, marcada para 20 de dezembro.
