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A Escola Profissional do Alto Douro (Esprodouro), em São João da Pesqueira, lançou na quarta-feira (10 de janeiro) a primeira pedra das novas instalações com a presença do ministro da Educação, João Costa.
O estabelecimento de ensino vai construir um centro tecnológico especializado em enogastronomia, com um investimento de cerca de 2 milhões de euros que tem apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
O novo espaço contará com vários laboratórios equipados com tecnologia de topo, além de salas de aula centradas nas ciências, engenharias e outras áreas. O projeto foi apresentado pelo diretor geral e pedagógico da Esprodouro, Fernando Rodrigues, que destacou as valências da nova infraestrutura num evento que juntou personalidades e alunos da escola.
As novas instalações terão laboratórios dedicados à área vitivinícola (com adega e caves), à automação e eletrónica, à robótica e computadores, ao vídeo, som e imagem, à cozinha, à pastelaria, à restauração (restaurante e bar) e à hotelaria. Também serão criadas novas salas de aula dedicadas às ciências, engenharias e outras áreas, tais como as artes e as línguas.
Fernando Rodrigues realçou que este é um “momento histórico” para a Esprodouro. “Este momento simboliza não apenas o ato físico, mas também o culminar de um percurso repleto de desafios, aprendizagens e conquistas significativas ao longo destes últimos anos. Assim, todos os que estão aqui estão simbolizados nesta pedra que demarca o novo centro tecnológico especializado da Esprodouro”, disse.
As novas instalações prometem transformar a escola num “farol de conhecimento, inovação e inspiração, refletindo as melhores práticas e aspirações da sociedade” e simbolizam as evoluções ocorridas no sistema educativo nos últimos anos com medidas como a implementação das aprendizagens essenciais, destacou Fernando Rodrigues.
Além do centro tecnológico, a Esprodouro também quer investir numa nova residência de estudantes, cujo projeto já está em curso. Entre as apostas para os próximos anos, estão também o centro de aprendizagem ao longo da vida e ainda uma universidade sénior, bem como formação especializada.
Esprodouro é um “projeto de futuro”
Fernando Rodrigues também fez um balanço dos últimos seis anos na escola, que chegou a atravessar dificuldades financeiras. O diretor referiu que a Esprodouro atualmente não tem dívidas e que a escola criou 11 postos de trabalho, ficando com um total de 35 funcionários.
Também segundo o responsável, o número de alunos tem aumentado nos últimos anos, sendo que a Esprodouro conta atualmente com 183 estudantes. Só em novos alunos, a escola recebeu 78 desde 2018, ano em que assumiu funções a atual direção. Da população estudantil total, 29 por cento dos alunos são estrangeiros.
Fernando Rodrigues realçou ainda que os próximos seis anos serão marcados pela inovação e pela aposta nas aprendizagens. “Com a inteligência artificial, o mundo está a mudar a um ritmo alucinante. Não podemos focar no conteúdo e no ensinar, mas sim nas aprendizagens e no aprender. A nossa visão é de uma escola que não só educa, mas que também inspira, motiva e prepara os jovens como líderes inovadores no futuro”, afirmou elogiando ainda os alunos que, disse, são “excelentes profissionais que as empresas procuram e o orgulho de um diretor”.
Já o presidente da Câmara de São João da Pesqueira, Manuel Cordeiro, realçou a história da Esprodouro. “Desde o início, a situação não foi fácil para a escola. Quando chegámos, era difícil a nível financeiro e na confiança que as pessoas tinham e havia falta de alunos. Hoje, a situação é outra”, disse.
Manuel Cordeiro enalteceu os resultados alcançados e classificou a escola profissional como “um projeto sério e de futuro” no concelho. O autarca também destacou o papel dos parceiros e da comunidade educativa no desenvolvimento da escola, além do dos alunos.
Ensino profissional precisa de “muitos embaixadores”
Presente em São João da Pesqueira, o ministro da Educação, João Costa, fez um balanço da ação do Governo agora demissionário no setor e destacou a importância do ensino profissional na educação em Portugal.
“O ensino profissional tem décadas de trabalho e de transformar o saber em projetos novos e, por isso, em tudo aquilo o que parece uma discussão de grandes novidades na educação, tenho dito muitas vezes: olhem para o ensino profissional porque o futuro de uns já é o passado e o saber acumulado de outros”, afirmou.
O governante também falou dos centros tecnológicos especializados, que contam com o apoio dos fundos do PRR. Ao todo, adiantou, já foram aprovados 365 projetos do género em todo o país. Segundo João Costa, o objetivo destes centros passa por “infraestruturar as escolas profissionais para poderem dar uma resposta adequada às necessidades formativas para poderem trabalhar em parceria com instituições de ensino superior, empresas e territórios e para haver uma cada vez maior adequação dos níveis de formação à realidade fora da escola”.
“São investimentos quase sem precedentes e nós temos a capacidade de financiar cada um destes cursos, alguns com valores superiores a 1 milhão de euros. É um valor sem precedentes na capacidade de apoiar o ensino profissional em Portugal”, defendeu o ministro.
João Costa também falou diretamente aos alunos, dizendo-lhes que são precisos “muitos embaixadores” do ensino profissional e que, com os olhos “postos no futuro”, a vida não acaba no 12.º ano. “Os colegas que fazem o 12.º ano têm o diploma do ensino secundário completo e vocês têm dois: o do 12.º ano e o certificado de qualificação, o que significa que vocês estão aptos a trabalhar, mas também a continuar a estudar”, reiterou aos jovens.
No mesmo dia em que foi lançada a primeira pedra das novas instalações, a Esprodouro apresentou o novo plano educativo que vigorará até 2030 e entregou diplomas aos alunos que concluíram a formação até 2023.