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Fui almoçar com colegas. Às cinco da tarde assistimos a um festival de canções dos alunos. Não gostei. Que ideia má esta competição! O Joel foi o autor da canção que um grupo de jovens apresentou. O auditório estava cheio de gente, dividido em grupos de apoio. O Joel deve ter gostado, ele gosta de estar onde o povo está. E este comentário vem também a propósito de outra situação. Resolveu-se, de repente, após o almoço, e porque tínhamos tempo, irmos tomar café a um hotel a Sesimbra. O Joel, que me recorda o Gaspar de Tondela, não sossegou durante o pouco tempo que lá estivemos, com um discurso sobre a indignidade da pobreza e das desigualdades, e o sentimento de culpa por estar neste local um pouco acima do mediano. Já me cansa este palavreado. Como se tivéssemos de carregar às costas este chicote da culpabilização por tudo e por nada. Há idealismos que não passam de preconceitos. E estes não ajudam a uma melhor compreensão da complexidade da realidade.
Disse-me o Joel que quem ouve o «Blowing in the wind» de Bob Dylan não pode frequentar este tipo de hotel. Já não partilho destas ideias. Também já não escuto a canção. Não creio que a posse ou usufruto de alguns bens contribua para a injustiça social. Uma coisa é beneficiar diretamente da exploração da força de trabalho, ou ser especulador, outra é viver do salário e empregá-lo na aquisição de um ou outro bem. Acrescento mesmo que um capitalista que se enquadre na normalidade democrática da justiça social é um sujeito com todos os direitos consagrados e não um alvo a abater. O capitalismo tem é que ser regulado, fiscalizado. A iniciativa privada é um risco que nem todos assumem, uma boa parte da população com posses prefere depositar o dinheiro do que abrir uma oficina ou uma fábrica. Agora a questão é que os donos do capital não podem ter rédea solta, senão rapidamente se transformam em aves de rapina. E uma dúvida: esta sociedade de consumo, produto do capitalismo, não representa a realização do sonho dos nossos antepassados? Um pouco mais de distribuição equitativa da riqueza e menor desigualdade social, e estamos quase no ponto. O resto depois vai lá com mais educação e cultura. Ou talvez não. Suspeito que a maioria gastaria a riqueza no supérfluo, em carros mais sofisticados, em casas gordas de tralhas, em cruzeiros estupidificados pelas rotas em moda. E depois? Qual o problema? Que cada um se divirta como quer, mesmo que émulos da mesmidade. A santidade é uma aspiração de raros. Bem como a contemplação estética. Poucos são os que se dispõem para outros caminhos, de busca do divino, de abertura ao infinito, de carência de algo mais diáfano.
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Vitor Santos
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