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A equipa de juniores do Académico de Viseu está, por estes dias, a bater à porta da glória. Uma vitória em Setúbal dá aos viseenses a hipótese de lutarem pelo título de campeão nacional de juniores. O empate deve chegar para a luta que todos querem travar. Algo assim foi vivido em 1996. Há praticamente trinta anos, uma geração de jovens futebolistas do Académico de Viseu sonhou com o levantar da Taça.
Paulo Listra tem hoje 46 anos. À época, com 19, jogava na equipa de juniores do Académico. “Tínhamos ambição de manter o clube no campeonato nacional. As gerações que jogaram antes de nós, mantiveram o Académico na Primeira Divisão de sub-19. Tínhamos de dar seguimento. O Académico era um histórico nessa divisão, sempre me lembro de ver o clube nesse patamar”, começa por contar enquanto agarra na cassete das memórias e a coloca no leitor de vídeo.
Daqui em diante, sucedem-se os episódios que narra, como uma equipa constrói o jogo. De passe em passe, com avanços e recuos. “Engraçado que enquanto estou agora a falar, revivo esses momentos. Parece que estou a ver o momento em Braga em que conseguimos o apuramento para a última fase, o jogo da Guarda. O jogo em Penalva do Castelo em que empatámos três igual… (pausa) O jogo com o Porto na segunda fase em que estávamos a perder 1-0 a jogar com 10 e virámos para 3-1… Estou… estou a ver tudo, tudo”, sublinha.
Campeonato era jogado a 16 equipas, com duas fases até ser conhecido o campeão
“Quando o campeonato começou, nós tínhamos a expectativa comum de uma equipa do interior. Apercebemo-nos de que poderíamos ir mais longe devido à qualidade do grupo. E ao espírito que fomos criando. Mais ou menos a meio da primeira volta, início da segunda, começámos a ter resultados positivos. E além disso defrontávamos Porto, Boavista, clubes de topo e percebemos que nos batíamos de igual para igual”, explica Listra.
O campeonato da Primeira Divisão de juniores na época era disputado por 16 clubes numa primeira fase. Seguia-se uma espécie de fase de grupos onde só o primeiro colocado saía para lutar pelo título daquele ano. E o Académico ganhou asas e conseguiu chegar ao último lance de escadas. Mas antes houve episódios que a tal memória insiste em perpetuar.
“Começámos a acreditar. E apurámo-nos na última jornada, na Guarda. Foi um jogo épico para quem lá esteve. Um nevoeiro imenso, umas condições terríveis. Por ser o último jogo, o árbitro não o quis adiar. O Guarda precisava de ganhar para não descer. Nós precisávamos de ganhar para ir à fase seguinte. O Guarda fez o 1-0, logo no primeiro minuto. A bola saiu deles e o nosso guarda-redes nem a viu. Na segunda parte demos a volta com dois golos do Jacques e ganhámos 2-1”, recorda Paulo Listra.
As alcunhas que o futebol trouxe e… manteve
Listra. Listra que não é nome de família. Foi registado como Paulo Jorge Correia Figueiredo. É alcunha como tantos que havia naquela equipa. Só que no caso de Paulo, já era alcunha “velha”. “Já vinha de antes e acabou por ficar. Nem sei explicar porquê. Desde muito novo que um vizinho me começou a chamar listra. Foi pegando. Nunca liguei, mas começou a ficar”, conta. E ficou. Ficou até hoje.
(Ler mais na edição impressa desta sexta-feira, 26 de janeiro, do Jornal do Centro)