Não vamos a casa da avó, mas preparem-se para um regresso aos…
A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
Há lugares que não são apenas para comer – são para partilhar….
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Gabriel Mondina
por
Jorge Marques
A coordenadora do BE definiu o objetivo de “virar a página da maioria absoluta e impedir o retrocesso à direita”, defendendo que não há nenhum erro da recente governação socialista que os partidos da direita não queiram agravar.
Num discurso durante o almoço-comício do Interior, em Viseu, Mariana Mortágua focou atenções nas críticas à direita e concretamente à Aliança Democrática (AD), colando o presidente do PSD, Luís Montenegro, então líder parlamentar do PSD, à governação liderada no período da troika por Pedro Passos Coelho.
“Tomem nota: não há nenhum erro, não há nenhum atraso da maioria absoluta [do PS] que os partidos da direita não pretendam agravar em Portugal. Vão agravar todos. Não resolvem problema nenhum do país. Nenhum problema do país será resolvido pela direita”, avisou.
No primeiro dia oficial de campanha para as eleições legislativas de 10 de março, a líder do BE prometeu uma campanha “diferente de todas as outras”, na qual garante que haverá “esperança, força, rua, música e alegria”, mas sobretudo tempo para ouvir as pessoas e falar “sobre propostas e temas que preocupam as pessoas”.
“Temos duas semanas para falar com toda a gente, para provar a grande força da esquerda. Uma campanha para apresentar as políticas que queremos, o país que queremos ser, que queremos construir, como queremos virar a página da maioria absoluta e impedir o retrocesso à direita”, enfatizou.
A fórmula para impedir “um retrocesso à direita”, nas palavras de Mortágua, é “mobilizando as pessoas” e com construção de “uma grande maioria com a esquerda, mostrando o que este país pode ser, o que pode construir”.
“Só com o Bloco de Esquerda é possível começar a fazer o que nunca foi feito em Portugal”, disse, recorrendo ao lema da campanha.
Logo depois de defender que “Portugal é um país pobre porque paga salários pobres”, a coordenadora do BE falou diretamente de Luís Montenegro para recordar o tempo em que foi líder parlamentar durante o Governo PSD/CDS.
“Quando ouço Luís Montenegro a falar sobre a emigração de jovens vejo sempre aquele líder parlamentar do PSD que dizia [que] o país está melhor enquanto via saírem de Portugal 100 mil pessoas a cada ano”, disse, deixando claro que não vai deixar esquecer esse período de governação por considerar não ser sobre o passado, mas sim sobre o futuro.
A coordenadora do BE lembrou também que o aumento do salário mínimo foi possível “contra todos os agoiros” devido à geringonça, mas como continua a ser baixo a proposta dos bloquistas é um aumento real “sempre acima da inflação”.
Concretamente sobre o salário mínimo nacional, a coordenadora do BE referiu que foi o acordo com o PS durante o período da geringonça “que o fez subir todos os anos contra todos os agoiros”.
No entanto, em 2024, este salário “continua a ser baixo”, segundo Mortágua, explicando que um dos motivos pelos quais isso aconteceu foi “porque a inflação comeu todo o aumento de 60 euros deste ano, e irá comer uma parte do dos próximos anos se nada for feito”.
“Quando o aumento do salário mínimo é comido pela inflação, não é aumento. É estagnação. A proposta do Bloco é simples: uma subida intercalar do salário mínimo, já este ano, para os 900 euros e um aumento real de 50 euros nos anos seguintes, sempre acima da inflação”, propôs.
Para a líder do BE, “não há nenhum mistério nas causas da emigração” e não é preciso “inventar desculpas”, porque o problema são mesmo os salários baixos e não o IRS.
Mariana Mortágua referiu-se às pessoas da sua geração que não emigraram, mas que têm enfrentado “crise atrás de crise” e que, com 40 anos, têm a mesma instabilidade que tinham aos 20.
O que a direita propõe aos jovens, segundo a líder bloquista, é precariedade e “borlas fiscais” às grandes empresas.
“Enquanto fala do Interior, o que a direita de facto traz ao país é a certeza que a regionalização permanece uma miragem”, exemplificou, assegurando ainda que, com a direita no poder, continuará a não haver transportes públicos a baixos custos nestas regiões, a cultura será sempre desvalorizada e “a EDP vai continuar a mandar e a desmandar” em recursos como os das barragens.