Não vamos a casa da avó, mas preparem-se para um regresso aos…
A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
Há lugares que não são apenas para comer – são para partilhar….
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Gabriel Mondina
por
Jorge Marques
Uma pedra estranha foi encontrada nas obras de requalificação da Igreja de São Plágio de Longa, no concelho de Tabuaço. A descoberta foi feita recentemente durante a empreitada.
Surge ainda no âmbito das investigações para a elaboração da Carta Arqueológica do município, iniciada pela autarquia local.
Segundo informações divulgadas pela Câmara, em causa está uma pedra-relicário onde outrora se encerravam relíquias de santos e que pertencia a um “primitivo altar romano”.
O objeto foi encontrado durante a campanha de restauro do retábulo e teto dos caixotões da capela-mor da Igreja de Longa e servia de suporte ao altar.
Segundo os investigadores, trata-se de uma coluna de perfil côncavo nas suas quatro faces “no topo da qual se acha esculpido o compartimento, também denominado de túmulo ou sepulcro, onde se encerravam relíquias de santos, dentro duma caixa-relicário de madeira”. “Sobre ela se colocava a pedra de altar. A presença de relíquias era, como se sabe, condição necessária para a sagração da igreja”, acrescentam.
O altar romano foi depois adaptado a pé de altar e o fóculo onde, outrora, se poderiam queimar essências em honra de divindades pagãs “cedeu funções para albergar relíquias de santos cristãos”, concluem os investigadores que participaram neste trabalho.
Segundo José Carlos Santos, arqueólogo responsável pela Carta Arqueólogica de Tabuaço, a pedra-relicário deverá ser do século XII, uma “descoberta rara” em Portugal.
“Estamos a estudar a pedra, descobrimo-la há pouco mais de uma semana, mas do que já foi possível analisar, é uma pedra-relicário, ou seja, uma pedra de altar, que deverá ser do século XII ou XIII”, admitiu José Carlos Santos, acrescentando que “não há informação de igrejas que tenham uma pedra-relicário”, com exceção de uma em Alcabideche, concelho de Cascais, segundo o seu antigo professor José D’Encarnação com quem partilha “muitas descobertas” que faz.
José Carlos Santos salientou que esta “é ainda uma descoberta recente e é preciso analisar e estudar mais e melhor, mas, para já, há uma certeza: é uma pedra-relicário”, contudo, “não é possível afirmar que é romana – ao contrário da que existe em Cascais, esta não tem qualquer inscrição gravada”.
A descoberta “aconteceu por acaso”, numa ida à Igreja de São Plágio de Longa, a propósito da elaboração da Carta Arqueólogica. “No dia em que lá passei, há duas semanas, encontrei o pároco local, o padre Albano Cardoso, que me chamou para ver uma pedra que estava no meio de umas outras, unidas com cimento, e agora a descoberto, mas que lhe chamou à atenção”, relatou José Carlos Santos.
A pedra estava a descoberto, “porque a igreja está em obras, devido à enorme humidade ali concentrada que provocou um inchaço nas talhas de madeira e que os técnicos estão agora a tratar e, ao retirar a talha, as pedras ficaram à vista”, concluiu o especialista.