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O Barro Negro de Molelos, no concelho de Tondela, já é produto artesanal certificado. O anúncio foi feito esta terça-feira (12 de março) num despacho publicado em Diário da República.
A Câmara Municipal tinha apresentado a candidatura ao Registo Nacional de Produções Artesanais Tradicionais Certificadas (RNPATC), tendo merecido o “parecer positivo” da sua comissão consultiva.
No despacho, o presidente do Instituto do Emprego e da Formação Profissional, Domingos Ferreira Lopes, anunciou a aprovação da inclusão da louça preta de Molelos no RNPATC, sendo que a Câmara de Tondela é a titular do registo como entidade promotora. O processo está ainda classificado com o selo de indicação geográfica.
Molelos é considerada a maior comunidade de olaria negra do país e um centro de tradição oleira desde o século XVI, segundo refere o caderno de especificações que suporta o registo agora anunciado.
A louça preta que é produzida lá destaca-se pela sua cor negra resultante da cozedura redutora, pela decoração e pelo brilho das peças. Na localidade, existem apenas cinco olarias a produzir a louça que é fabricada pelo menos desde finais do século XIX.
No caderno, pode ler-se que a louça preta de Molelos sempre foi produzida naquela freguesia do concelho de Tondela, sendo essa “a delimitação geográfica que se deve considerar para efeitos de certificação, e como limite territorial da respetiva indicação geográfica, atendendo assim à tradição histórica e à realidade atual desta atividade artesanal”.
“Caso se tratasse de uma produção em extinção, faria sentido alargar o âmbito da delimitação geográfica a freguesias vizinhas ou até a todo o concelho numa tentativa de angariação de novos oleiros para a atividade. Ora tal não se verifica, e embora só existam 5 olarias na atualidade, a sua dinâmica e vitalidade fazem com que Molelos seja o principal centro produtor de louça preta em todo o País”, acrescenta o documento.
Antigamente exclusivamente utilitária, a louça negra de Molelos tem sido bastante utilizada pelas populações locais que a utilizavam em todas as tarefas e situações do seu dia-a-dia, tendo sido largamente difundida por outras regiões.
A produção divide-se em “louça grossa”, destinada à preparação de alimentos e onde se destacam as panelas, as caçoilas e as assadeiras, e “louça fina”, que se refere a um conjunto de peças anteriormente utilizadas para serviço à mesa, mas que hoje em dia têm uma função mais decorativa e simbólica como as terrinas, os galheteiros, os pratos ou os açucareiros.