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Por um Vinho do Dão mais valorizado

 Por um Vinho do Dão mais valorizado
12.05.24
fotografia: Jornal do Centro
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 Por um Vinho do Dão mais valorizado
28.10.24
Fotografia: Jornal do Centro
 Por um Vinho do Dão mais valorizado

Até meados do Sec. XX, os vinhos do Douro e do Dão eram os vinhos de referência em Portugal. A Região Demarcada do Dão foi mesmo a primeira região de vinhos não licorosos a ser criada em Portugal.
Por razões históricas conhecidas, a partir do final da década de 60 do Sec. XX, apostando mais na quantidade do que na qualidade, o Vinho do Dão foi perdendo reputação, passando a ser mesmo conhecido como um vinho mais “carrascão”. Entretanto, em qualidade, mas também em volume de produção, foi ultrapassado por outras regiões vitivinícolas, até aí sem expressão ou tradição.
A partir de meados da década de 90, graças aos pequenos produtores e à emergência dos “vinhos de quinta”, num quadro de um mercado em expansão, com o vinho a ganhar notoriedade social, incluindo novos apreciadores do vinho – de palato mais exigente e até “requintado” -, finalmente, observa-se um enfoque na qualidade do Vinho do Dão.
Nas últimas 3 décadas, verificou-se um dinamismo – sempre em crescendo – e uma grande modernização no Vinho do Dão conjugando a viticultura, a vinificação, a regulamentação/certificação e o controlo da qualidade, o design, o marketing, as feiras e outros eventos de promoção.
A emergência de quintas do Dão, empreendedoras e muito bem estruturadas empresarialmente, para além da produção e comercialização, foram fundamentais para o marketing, a criação de experiências vínicas e o impulso do enoturismo. Foi igualmente patente na Região a projeção de alguns enólogos. Mais uma personalização para consolidar a narrativa e genuinidade associadas à enologia.
Porém, a intensificação, valorização e divulgação da produção do Vinho do Dão sucedeu igualmente noutras regiões vitivinícolas “concorrentes”, nalgumas bem mais cedo e com mais amplitude.
A região demarcada do Dão tem de saber aproveitar os seus recursos endógenos, a sua autenticidade e as suas vantagens comparativas. O seu terroir tem atributos muito particulares, que conferem ao seu vinho um carácter único, com uma identidade muito forte. A que não é alheia a omnipresente Touriga Nacional, que só aqui é autóctone.
Nas últimas 3 décadas, surgiram em força no Dão os vinhos brancos, essencialmente devido à bem conseguida (re)descoberta da casta encruzado. Sinais dos tempos, nos últimos anos, os vinhos rosé e os espumantes – menos – têm ganho alguma expressão.
Mas para a criação de valor, qualidade e notabilidade do Vinho do Dão não basta a insistência e o excelente trabalho continuado dos produtores, enólogos e outros agentes do setor.
As instituições públicas, a começar na Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVR Dão), mas também a Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões e os municípios têm de trabalhar muito melhor a promoção do Vinho do Dão, criando um efetivo marketing agregado da marca Vinho do Dão.
Apesar de boas garrafeiras – dedicadas a um largo espectro de vinhos e bebidas alcoólicas – não há qualquer vinoteca na Região. Muito menos qualquer Museu do Vinho do Dão. O Welcome Center da Rota do Vinho do Dão e os muitos postos de turismo da região não contribuem como deveriam para a sua promoção e o enoturismo associado.
Os comercializadores do Vinho – como as garrafeiras, os bares e os restaurantes – poderiam ser mais proativos a defender o “seu” Vinho do Dão.
Inexplicavelmente, encontramos restaurantes na Região sem a oferta de Vinho do Dão, um vinho profundamente gastronómico. Outros não o destacam, no vinho da casa, em vinho a copo ou numa carta de vinhos alargada em referências do Dão. Nos restaurantes não é frequente encontrar sommeliers ou, sequer, expertise de vinhos.
Com exceção de um tímido projeto de restauração, dedicado a marca própria, na cidade de Viseu não há um verdadeiro wine bar, tão pouco, um wine bar dedicado ao Vinho do Dão.
No Douro, o Porto e a Régua, encontramos excepcionais wine bares/vinotecas/garrafeiras, quais porta-estandartes dedicados ao seu Vinho do Douro. Mesmo outras cidades, como Coimbra ou Aveiro, sem qualquer tradição em vinho, têm uma boa oferta de wine bares.
Nos eventos de promoção, a Feira do Vinho do Dão de Nelas, “cumpre a função” entre os agentes do setor, mas necessita de dar o salto, em dimensão e alcance, e, sobretudo, numa vertente de sofisticação e refinamento. Veja-se o que Sernancelhe faz no excelente Momentos com Vinho.
Nos eventos enoturísticos quem fazia muito bem era o Município de Viseu, como a Festa das Vindimas ou os extraordinários Vinhos de Inverno. Criando Momentos com algum glamour que elevavam o Vinho do Dão e projetavam verdadeiramente Viseu como cidade vinhateira de referência, qual “capital” do Vinho do Dão.
Infelizmente, no atual mandato autárquico esta política de animação urbana e marketing territorial, de que o Vinho do Dão era um dos grandes beneficiários, foi abandonada.
O eixo Nelas-Santar será sempre o coração do Vinho do Dão. A vila de Santar, à sua escala e com a sua “patine senhorial”, é cada vez mais exemplar, uma “joia” do Dão.
Contudo, para o bem de todos e afirmação do Dão, pela sua história e a sua magnitude regional-nacional, só a cidade de Viseu se pode alcandorar a “capital” do Vinho do Dão.
Âncora ou catalisador deste processo de valorização do Vinho do Dão na Cidade e na Região deveria ser, finalmente, a tão prometida requalificação do edifício da antiga Federação de Vinicultores do Dão, como um espaço multivalente dedicado ao nosso Vinho do Dão.

Virgínia Traversini Rego
[a desenvolver um pequeno projeto empresarial em prol da valorização do Vinho do Dão]

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